Saúde Mental
Você sabe o que são transtornos alimentares?
01 de
fevereiro
de 2024Hábitos alimentares irregulares graves devido à preocupação com o peso ou forma do corpo causam sofrimento.
Entenda o que é transtorno alimentar
Desde que o programa Big Brother Brasil 2024 começou, um dos assuntos mais comentados na mídia e nas redes sociais é a relação da participante Yasmin Brunet com a comida. A modelo sofre de compulsão alimentar, um transtorno grave que tem diversas consequências para o funcionamento do corpo e
Um transtorno alimentar é uma condição comportamental que envolve hábitos irregulares de alimentação e uma preocupação excessiva com o peso ou a aparência do corpo. Eles afetam a saúde física, mental e social de uma pessoa.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, mais de 70 milhões de pessoas no mundo possuem algum transtorno alimentar, tendo maior incidência em mulheres.
Essas disfunções podem ter diversas causas, como fatores genéticos, biológicos, psicológicos e culturais. O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde, como clínicos, psiquiatras, nutricionistas e psicólogos.
Quais são os tipos de transtorno alimentar?
Existem vários tipos de transtorno alimentar, conheça os principais e mais comuns:
- Anorexia: medo excessivo de ganhar peso e restrição alimentar severa, levando à perda de peso significativa e distorção da imagem corporal
- Bulimia: episódios de compulsão alimentar seguidos de comportamentos compensatórios inadequados, como vômito, laxantes, jejum ou exercícios em excesso
- Compulsão alimentar: consumo excessivo de comida em um curto período (sem controle sobre o que ou quanto come) e sentimento de culpa, vergonha e angústia após os episódios
- Transtorno de evitação/restritiva da ingestão alimentar: recusa ou dificuldade em comer determinados alimentos devido à sua aparência, textura, cheiro ou sabor, levando à deficiência nutricional e ao baixo peso
- Ortorexia: obsessão por alimentos saudáveis e naturais, evitando qualquer produto que contenha conservantes, agrotóxicos, gorduras, açúcares ou sal
Além desses, existem outros tipos que são menos frequentes, mas também causam sérios problemas de saúde. São eles:
- Vigorexia: insatisfação com o próprio corpo e busca incessante por músculos, levando à prática exagerada de exercícios físicos e ao uso de anabolizantes e suplementos
- Pregorexia: preocupação excessiva com o ganho de peso durante a gravidez, levando à restrição alimentar e à prática de atividades físicas intensas, colocando em risco a saúde da mãe e do bebê
- Transtorno de ruminação: regurgitação repetida e involuntária de alimentos já mastigados e engolidos, que são cuspidos ou remastigados e reengolidos
- Transtorno de pica: ingestão persistente de substâncias não nutritivas, como terra, papel, tinta, sabão, cabelo, etc.
- Transtorno de compulsão alimentar noturna: consumo de grande quantidade de alimentos durante a noite, ocorrendo após acordar ou durante episódios de sonambulismo
- Síndrome do comer seletivo: preferência por um número muito limitado de alimentos, geralmente de baixo valor nutricional, e recusa em experimentar novos alimentos ou de diferentes grupos alimentares
- uso da comida para aliviar emoções negativas, como tristeza, ansiedade, raiva ou solidão
Quais são os sintomas?
Os sintomas de transtorno alimentar variam conforme o tipo e a gravidade do problema. Alguns sinais comuns são:
- Preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal
- Sensação de perder o controle sobre a alimentação
- Comer até sentir desconforto ou dor
- Comer grande quantidade de comida em pequenos intervalos de tempo
- Sentir-se culpado, envergonhado ou deprimido após comer
- Provocar o vômito, usar laxantes, jejuar ou se exercitar em excesso
- Evitar comer em público ou na frente de outras pessoas
- Ter alterações no humor, na autoestima e no sono
- Apresentar deficiências nutricionais, desequilíbrios hormonais e problemas de saúde relacionados ao peso
Qual a diferença entre distúrbio e transtorno alimentar?
Normalmente, os dois termos são usados como sinônimos, porém, apesar de algumas semelhanças, cada um tem seu conceito e características. Saiba mais sobre as suas definições:
- Um transtorno alimentar é uma doença psiquiátrica que envolve alterações no funcionamento normal do corpo ou da mente, relacionadas à comida e à autoimagem. Eles têm diagnósticos definidos e causas secundárias, que podem ser genéticas, biológicas, psicológicas ou culturais.
- Já um distúrbio alimentar é uma disfunção ou anomalia que afeta a saúde mental ou física de um indivíduo, relacionada à comida e à autoimagem. Os distúrbios alimentares não têm necessariamente uma causa conhecida ou um diagnóstico específico, mas causam desconforto ou interferem no bem-estar geral. Alguns exemplos são os distúrbios de ansiedade, distúrbios do sono e os distúrbios neurológicos.
Portanto, transtornos alimentares são um tipo de distúrbio alimentar, mas nem todo distúrbio alimentar é um transtorno alimentar. Os transtornos alimentares são mais graves e requerem tratamento especializado e multidisciplinar, enquanto os distúrbios alimentares podem ser tratados apenas com psicoterapia e nutrição comportamental.
Como é feito o diagnóstico de um transtorno alimentar?
Se você notar algum sintoma de transtorno alimentar, o primeiro passo é procurar um clínico geral , que fará uma avaliação inicial e descartará outras causas médicas.
O diagnóstico é feito por um médico psiquiatra ou um psicólogo, que avalia os sintomas, os hábitos alimentares e o impacto deles na saúde física e mental do paciente. Ele é baseado em critérios clínicos definidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
Algumas das avaliações e testes realizados são:
Exame físico: para descartar outras causas médicas para os problemas alimentares, como distúrbios hormonais, metabólicos ou gastrointestinais. São verificados os sinais vitais, o peso, o índice de massa corporal (IMC) e as possíveis complicações decorrentes do transtorno alimentar.
Avaliação psicológica: o psiquiatra e/ou psicólogo conversa com o paciente sobre seus pensamentos, sentimentos e comportamentos relacionados à comida e à imagem corporal. Ele também aplica testes psicológicos para avaliar traços de personalidade, comportamentos e características psicológicas do paciente.
Outros estudos: são solicitados exames de sangue, urina, fezes ou outros para avaliar o estado nutricional, o funcionamento dos órgãos e os possíveis danos causados pelo transtorno alimentar. Exames de imagem, como raio-X, ultrassom ou eletrocardiograma, também podem ser necessários para verificar as condições dos ossos, do abdômen ou do coração.
O diagnóstico é importante para definir o tipo, a gravidade e o tratamento mais adequado para cada caso.
É possível tratar um transtorno alimentar?
Os tratamentos dependem do tipo e da gravidade do problema, mas geralmente envolvem uma abordagem multidisciplinar, com a participação de profissionais de saúde mental, nutrição e medicina. O objetivo é restaurar o equilíbrio alimentar, melhorar a autoestima e a qualidade de vida do paciente.
Alguns dos possíveis tratamentos são:
- Psicoterapia: apoio psicológico para entender e mudar a relação com a comida e o corpo. Pode ser feita sozinho, em grupo ou com a família, dependendo das necessidades de cada caso
- Terapia nutricional: orientação alimentar para ajustar os nutrientes, evitar deficiências nutricionais, mudar os hábitos e prevenir as complicações dos transtornos alimentares. Também ajuda a melhorar a relação com a comida e a perceber a fome e à saciedade
- Medicamentos: auxiliam nos sintomas, como hormônios, humor, ansiedade, depressão e compulsão. Os mais usados são antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor, que precisam de receita e acompanhamento de um psiquiatra
- Hospitalização: é necessário em casos graves, como risco de morte ou problemas clínicos que precisam de cuidados intensivos. Ela pode ser parcial ou total, conforme a saúde do paciente. Durante a internação, o paciente tem apoio médico, nutricional e psicológico, e faz atividades terapêuticas e educativas
Se você acha que tem um transtorno alimentar, procure ajuda profissional o quanto antes. Eles são sérios e tem consequências graves para a sua saúde. Lembre-se de que você não está sozinho e que há esperança de recuperação!
Quais são as causas do transtorno alimentar?
As causas do transtorno alimentar são complexas e diversas. Alguns dos fatores que influenciam o seu desenvolvimento são:
- Genéticos: pessoas com histórico familiar de transtorno alimentar têm maior risco de desenvolver a doença, pois herdam genes que afetam o metabolismo, o apetite, o humor e o controle dos impulsos
- Biológicos: alterações nos níveis de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, interferem na regulação da fome, da saciedade e do prazer ao comer, levando a comportamentos alimentares disfuncionais
- Psicológicos: baixa autoestima, insatisfação corporal, perfeccionismo, ansiedade, depressão, traumas e abusos afetam a forma como a pessoa se relaciona com a comida e com o próprio corpo, gerando sentimento de culpa, vergonha e angústia
- Sociais: pressões familiares, escolares, profissionais ou afetivas levam a pessoa a buscar na comida uma forma de aliviar o estresse, a frustração ou a solidão, ou a restringir a alimentação para se sentir mais aceita ou valorizada
- Culturais: padrões estéticos impostos pela mídia, pela moda ou pelas redes sociais influenciam a pessoa a buscar um corpo idealizado (muitas vezes inatingível) e a desenvolver uma obsessão pelo peso e pela forma física
Quais consequências um transtorno alimentar traz?
Um transtorno alimentar tem diversas consequências para a saúde física e mental de uma pessoa, podendo colocar sua vida em risco.
Entenda mais nos exemplos a seguir:
- A compulsão alimentar leva ao excesso de peso e à obesidade, que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, colesterol alto e problemas articulares
- A restrição alimentar leva à deficiência de nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo, causando anemia, osteoporose, alterações hormonais, problemas de crescimento e desenvolvimento, entre outros
- Comportamentos compensatórios inadequados (como provocar o vômito e usar laxantes ou diuréticos) causam inflamação do esôfago, úlceras, gastrite, refluxo, cáries dentárias, desidratação, desequilíbrio eletrolítico e cálculos renais
- A alteração do peso, da pressão arterial, do colesterol e dos eletrólitos afetam o funcionamento do coração, causando arritmias, insuficiência cardíaca, infarto e até a morte
- O excesso ou a falta de peso compromete a capacidade respiratória, causando apneia do sono, asma, bronquite, pneumonia e fibrose pulmonar
- A insatisfação com o corpo, a baixa autoestima, o sentimento de culpa, a vergonha e a angústia levam a quadros de ansiedade, depressão, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de personalidade, abuso de álcool e drogas e até suicídio
- A compulsão ou a restrição alimentar podem desencadear outros tipos de transtornos alimentares
Como se cuidar e prevenir transtornos alimentares
É possível prevenir o desenvolvimento de transtornos alimentares se cuidando e promovendo hábitos saudáveis para o corpo e para a mente. Confira algumas dicas:
- Tenha uma alimentação saudável e equilibrada, sem seguir dietas muito restritivas ou excludentes. Procure combinar sempre proteínas, vitaminas e minerais no seu prato, e respeite a sua fome e saciedade
- Procure trabalhar a sua autoestima e aceitação do seu corpo, sem se comparar com padrões estéticos irreais ou se deixar influenciar pelas mídias e redes sociais. Aprenda a valorizar as suas qualidades e a se sentir bem com a sua aparência, sem se basear apenas no peso ou no tamanho das roupas
- Pratique exercícios físicos moderados e regulares, sem exagerar ou usar como forma de compensação. Eles trazem benefícios para a saúde, o humor e a autoconfiança, mas devem ser feitos com orientação profissional e respeitando os limites do seu corpo
- Busque apoio emocional e social, conversando com pessoas de confiança sobre os seus sentimentos e dificuldades. Evite se isolar ou se afastar das atividades que você gosta. Procure ajuda profissional se sentir que está sofrendo com a sua relação com a comida ou o corpo
- Desenvolva hábitos saudáveis de autocuidado, como dormir bem, relaxar, se divertir, se expressar e se educar. Cuide da sua saúde mental e física, e procure fazer coisas que lhe façam feliz e crescer como pessoa
Cada um de nós é único e tem suas próprias necessidades, respeite as suas e se ame!
Escrito por Vale Saúde
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