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Síndrome de Burnout

O estresse crônico no trabalho pede conscientização da empresa e funcionários

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O que é Burnout?

Também chamada de esgotamento profissional, a Síndrome de Burnout é um estado de estresse extremo e crônico, geralmente provocado por situações desgastantes de sobrecarga ou excesso de trabalho. A doença mental surge quando o indivíduo atua em ambientes que requerem muita responsabilidade ou em que ocorre excesso de competitividade.

A expressão de língua inglesa significa queimar algo até o fim. Burnout é uma palavra inglesa utilizada para se referir a algo que deixou de funcionar por exaustão.

Quem sofre com a condição perde suas forças físicas e emocionais por conta de uma rotina de trabalho que esgota sua energia, reduz a realização pessoal na área de atuação, despersonaliza sua capacidade profissional e o faz viver em pressão constante.

Os sintomas podem ser parecidos com os da depressão e ansiedade, trazendo distúrbios do sono e apetite, dores de cabeça, desconfortos gastrointestinais, disfunções sexuais, falhas de memória, dificuldade de raciocínio, dificuldade de autoaceitação/baixa autoestima, bem como desânimo e perda de motivação e interesse tanto no trabalho como no lazer.

Conforme um levantamento de fevereiro de 2023 realizado pelo centro de pesquisas e debates norte-americano Future Form, em um cenário de 10.243 profissionais de várias partes do mundo, 42% relataram sentir sintomas desse esgotamento conectado essencialmente à atuação profissional. Esse é o maior número desde março de 2021, quando foi realizada a primeira mostra pela plataforma de recursos humanos Indeed, que indicou que entre 1,5 mil trabalhadores norte-americanos, 67% acreditavam que a síndrome aumentou durante o período de isolamento social, necessário por conta da pandemia da Covid-19.

Reconhecimento como doença ocupacional

O estresse, em geral, de forma descontrolada, costuma trazer muitos problemas de saúde para as pessoas. Mas é importante lembrar que o Burnout é um fenômeno ocupacional, ou seja, o termo se aplica apenas a cenários ligados ao trabalho. Não existe Burnout, ao menos com essa denominação, em outras áreas da vida: a síndrome está sempre ligada ao ambiente de trabalho.

No entanto, não se trata somente de concorrência, desempenho, jornadas longas, sobrecarga de funções. Falta de reconhecimento na empresa, criatividade tolhida pelos gerentes e mau relacionamento com os colegas também podem engatilhar uma síndrome de estresse crônico.

Em 2022, a OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a classificar oficialmente a Síndrome de Burnout como uma doença decorrente do trabalho. Com isso, o transtorno passa a ser tratado de forma diferente: “Estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso", com as empresas precisando ficar atentas para esse risco.

No texto anterior, ela era considerada ainda como um problema de saúde mental e um quadro psiquiátrico. Na prática, agora a empresa tem mais responsabilidade em relação ao bem-estar psicológico de seus funcionários, investindo em programas de Recursos Humanos (incentivo e reconhecimento) e em boas lideranças, com metas adequadas para as entregas.

Quais são os principais sintomas psicológicos?

  • Irritabilidade
  • Insônia
  • Alterações de apetite
  • Esgotamento mental
  • Dificuldade de concentração
  • Desânimo, tristeza, angústia
  • Perda da libido
  • Ansiedade
  • Procrastinação
  • Falta de criatividade
  • Sensação de incapacidade ou inferioridade
  • Despersonalização (indiferença ou hostilidade no ambiente profissional)

E quais sintomas físicos podem estar associados?

Quais podem ser as causas de Burnout?

Os fatores que desencadeiam a Síndrome de Burnout vão desde a exaustão física no trabalho até relações abusivas. Citamos abaixo as causas mais comuns:

  • Estresse extremo e crônico
  • Longas jornadas de trabalho
  • Ambientes de cobrança excessiva e pressão constante
  • Assédio moral
  • Conflito com colegas de trabalho
  • Excesso de responsabilidades
  • Contato excessivo com o público
  • Muito tempo de deslocamento para o trabalho
  • Repouso insuficiente

Estas condições, muitas vezes associadas, existem frequentemente na rotina profissional. No entanto, isso não significa que apenas um fator não possa desencadear consequências físicas e emocionais graves. A intensidade das situações, dependendo da personalidade de cada profissional, podem fazer com que a mente reaja às adversidades de maneira prejudicial.

Em quais profissões é mais presente?

Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), cerca de 40% dos brasileiros economicamente ativos sofrem de Burnout, mas todos esses casos não são identificados, mesmo o Brasil sendo o segundo país do mundo com mais casos diagnosticados.

De acordo com a ISMA-BR (representante da International Stress Management Association no nosso país), dos 72% dos profissionais afetados pelo estresse no Brasil, 32% desenvolvem a síndrome e 92% deles continuam trabalhando.

Ainda conforme pesquisa da ISMA-BR, as colocações no mercado mais propensas para ter Burnout são aquelas em que os cargos exigem sobrecarga de trabalho e acúmulos de funções, nas seguintes áreas:

  • Segurança (policiais, bombeiros e agentes penitenciários)
  • Saúde (enfermeiros e psicólogos, mas principalmente os médicos)
  • Vendas (atendentes de telemarketing em especial)
  • Educação (principalmente os professores)
  • Comunicação (em especial, jornalistas)

Além do excesso de tarefas para a carga horária, o medo de perder o emprego, conflitos interpessoais e falta de reconhecimento (desequilíbrio entre esforço e recompensa) influenciam nesse contexto profissional.

Como tratar esta síndrome?

Sessões regulares com um psicólogo podem ser um bom começo para compreender as razões do estresse emocional. A psicoterapia cognitivo-comportamental consegue ajudar as pessoas a desenvolverem habilidades de enfrentamento e gerenciamento do estresse. O apoio psicológico ainda é capaz de fornecer um espaço seguro para discutir os desafios emocionais que se apresentam no trabalho.

Se os sintomas físicos são graves e deixam dúvidas quanto ao diagnóstico, é recomendada uma consulta com um médico psiquiatra. Lembrando que medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos (para ansiedade) só devem ser ingeridos sob prescrição médica.

Tratamentos alternativos também podem compor o quadro de cuidado do paciente, como a prática de yoga e meditação. Ainda é possível ter acompanhamento com nutricionista para garantir uma alimentação saudável e equilibrada. Os profissionais de saúde podem ajudar a planejar uma dieta que atenda às necessidades nutricionais, mesmo em casos de alterações de apetite e restrições alimentares.

Como prevenir-se do estresse para não chegar ao esgotamento?

A síndrome de Burnout pode ser evitada e/ou controlada a partir de medidas visando à melhoria da qualidade de vida:

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