Tireoidite de Hashimoto
Doença autoimune crônica causa inflamação da glândula tireoide, localizada no pescoço
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Também conhecida como tireoidite linfocítica crônica, a tireoidite de Hashimoto é um tipo de inflamação autoimune crônica da glândula tireoide. A lesão nas células do órgão localizado na parte frontal do pescoço leva a prejuízos na função da tireoide, que poderá não produzir hormônios suficientes à circulação sanguínea.
A doença de Hashimoto é uma das causas mais comuns do hipotireoidismo, especialmente em mulheres adultas. Ainda não se sabe o que faz a glândula inchar e funcionar incorretamente, mas a ciência tem evidências de que o organismo começa a produzir anticorpos que atacam suas próprias células, e que as pacientes femininas na fase adulta são as mais afetadas.
Além de ser mais comum em mulheres do que em homens, a condição também é mais frequente em famílias, com vários membros manifestando o problema no sistema hormonal.
Quais são os sintomas da condição?
Os primeiros sinais da tireoidite de Hashimoto geralmente são semelhantes ao hipertireoidismo, pois a destruição inicial da tireoide pelo sistema imunológico consegue levar ao aumento de hormônios tireoidianos. No entanto, à medida que a lesão na glândula evolui, os sintomas são os mesmos do hipotireoidismo, pois ela não será mais capaz de produzir hormônios.
Os principais sinais são:
- Aumento indolor da tireoide
- A tireoide pode ficar mais firme ou mesmo fácil de ser sentida na parte da frente do pescoço
- Sensação de pescoço inchado
- Aumento do colesterol
- Cansaço excessivo
- Aumento de peso
- Depressão
- Pele fria e pálida
- Cabelos e unhas fracos
- Dores musculares ou articulares
- Baixa tolerância ao frio
- Sonolência
- Diminuição dos batimentos cardíacos
- Prisão de ventre
Ao sentir cansaço, intolerância ao frio e muita sonolência durante meses, procure um médico clínico geral para avaliação.
Qual é a causa da tireoidite de Hashimoto?
Ainda não se conhece a causa específica para o surgimento da tireoidite de Hashimoto. Pesquisas indicam para uma alteração genética, já que, em muitos casos, essa condição aparece em várias pessoas da mesma família.
A doença também pode ser iniciada após uma infecção por um vírus ou bactéria, que acaba provocando uma inflamação crônica da tireoide.
Quais são os fatores de risco?
Embora não exista um causa estabelecida, a enfermidade parece ser mais frequente em pessoas com outras alterações endócrinas como diabetes tipo 1, mau funcionamento da glândula adrenal, condições autoimunes como anemia perniciosa, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren (inflamação que causa secura dos olhos e da boca), doença de Addison (patologia rara e crônica que afeta as glândulas adrenais), lúpus ou vitiligo, e outras como déficit de ACTH (hormônio adrenocorticotrófico, produzido pela glândula hipófise), câncer de mama, hepatite e presença de H. Pylori (bactéria que ataca o estômago).
Além disso, a tireoidite de Hashimoto se manifesta com maior frequência em mulheres, sobretudo idosas, ou pacientes com determinadas anomalias cromossômicas, como síndrome de Down e síndrome de Turner.
Como é feito o diagnóstico da condição?
A melhor forma de detectar a tireoidite de Hashimoto é consultar um médico endocrinologista. Depois da anamnese, com avaliação dos sintomas, histórico de saúde e história familiar de distúrbios da tireoide, o profissional vai solicitar exames para confirmar a suspeita.
O diagnóstico é feito por meio de uma coleta de sangue para avaliar a quantidade de T3, T4 e TSH, além da pesquisa dos anticorpos antitireoidianos (anti-TPO). No caso de tireoidite, o hormônio tireoestimulante (TSH) geralmente está normal ou aumentada.
Algumas pessoas apresentam os anticorpos antitireoidianos, mas não têm nenhum sintoma, sendo considerados portadores de tireoidite autoimune subclínica e não necessitam de tratamento.
Se o paciente apresentar nódulos ou uma saliência no pescoço, é indicada uma ultrassonografia da glândula.
Tireoidite de Hashimoto tem cura? Qual é o tratamento?
Ainda não há cura para a tireoidite de Hashimoto. No entanto, o controle da disfunção e reposição hormonal permite que o paciente tenha uma vida normal. Sendo assim, esse tratamento será feito pelo resto da vida.
Deve-se tomar a medicação recomendada pelo endocrinologista, que geralmente é levotiroxina, para tratar o hipotireoidismo causado pela inflamação da glândula. Quem toma hormônio para a tireoide deve realizar exames indicados pelo médico periodicamente, pois a dose necessária da levotiroxina pode variar durante o tratamento.
É recomendado que pacientes com a condição estejam sempre bem hidratados e evitem alimentos gordurosos, bebidas alcoólicas, alimentos industrializados, glúten, café e soja. Uma boa dieta precisa ser rica em ingredientes naturais, com alto teor de fibras, gorduras saudáveis e proteínas magras. Outra sugestão para os portadores do distúrbio é priorizar alimentos com nutrientes como o iodo, complexo B e cálcio.
É possível consultar também um nutricionista para montar um plano alimentar que se adapta ao diagnóstico. Ele trabalhará em conjunto com o endocrinologista.
Quais são as possíveis complicações da doença?
A tireoidite provoca alterações hormonais. Portanto, quando a glândula não recebe o tratamento correto, é capaz de causar problemas cardíacos devido ao aumento do “colesterol ruim” e de saúde mental. Além disso, a doença também consegue gerar a mixedema, condição que causa o inchaço do rosto, ausência de energia e perda de consciência.
Outras complicações possíveis são:
- Bócio, caracterizado pelo aumento de volume da tireoide
- Aumento do coração
- Insuficiência cardíaca
- Depressão
- Perda de libido
- Déficit cognitivo
- Malformação fetal
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