Lúpus
Doença autoimune causa inflamação em várias regiões do corpo
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Lúpus é uma doença de origem autoimune. Ou seja, ela ocorre quando o sistema imunológico do indivíduo começa a atacar seus próprios órgãos e tecidos, causando inflamação em múltiplos órgãos e em várias regiões do corpo.
Por ser autoimune, o lúpus não é contagioso e pode ser resultado de mutações genéticas que acometem o feto ainda no útero. Também é possível nascer sem a doença e desenvolvê-la na vida adulta, devido ao uso de alguns medicamentos, infecções virais ou muita exposição ao sol.
O lúpus não tem cura, mas os sintomas da doença conseguem ser controlados com o tratamento proposto por um médico reumatologista.
Quais são os principais sintomas?
Como o lúpus é capaz de atacar diversos órgãos, os sintomas são muitos variados e diferentes de pessoa para pessoa. Mas os mais comuns são:
- Mal-estar generalizado
- Manchas vermelhas na pele, que se assemelham a asas de borboleta e se concentram principalmente no rosto
- Febre sem ter sinais de infecção
- Sensibilidade à luz e a ambientes claros
- Visão embaçada
- Perda de peso sem motivo aparente
- Fraqueza
- Queda de cabelo
- Dor e inchaço nas articulações
- Dor abdominal
- Convulsões, causadas por inflamações no cérebro
- Alterações no sangue, causando diminuição de plaquetas, glóbulos vermelhos (anemia), glóbulos brancos (leucopenia) e dos linfócitos (linfopenia)
- Alterações mentais, causando depressão ou psicose
- Alterações renais, como glomerulonefrite A intensidade e o tempo de duração dos sintomas também variam. Normalmente, eles surgem em um período de crise, se intensificam por algumas semanas ou dias, e depois ficam mais fracos até desaparecem. No entanto, algumas pessoas podem apresentar esses ou outros sintomas de maneira constante.
Posso contrair lúpus? Quais são os fatores de risco?
Lúpus não é uma doença contagiosa, e as suas causas ainda não são totalmente conhecidas. Mas já é de entendimento científico que fatores genéticos, hormonais e ambientais influenciam no desenvolvimento da condição.
Algumas pessoas nascem com a probabilidade genética de desenvolver lúpus e, após interação com fatores ambientes, como exposição ao sol e outras formas de radiação ultravioleta, ou infecções virais, começam a apresentar alterações imunológicas.
Outras pessoas já nascem com a doença e apresentam sintomas desde o nascimento, mas o diagnóstico só é feito anos depois, geralmente após uma crise com sintomas mais intensos.
Os sintomas do lúpus são causados pelo desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo, o que gera a doença e a inflamação de diversos órgãos.
O lúpus pode ser desenvolvido por qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo ou etnia. Entretanto, mulheres são as mais atingidas pela doença, principalmente entre os 20 e 45 anos.
Quais são os tipos de lúpus?
Existem quatro tipos de lúpus:
Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
É o tipo mais comum da doença e tem como principal característica a inflamação em várias partes do corpo, com maior incidência na pele, nas articulações, no coração, no pulmão e nos rins.
Pessoas que possuem esse tipo de lúpus podem apresentar manchas na pele quando ficam expostas ao sol, anemia, diminuição das plaquetas, artrite e alterações no sistema nervoso central, como convulsões.
Lúpus discoide ou cutâneo
Diferente do lúpus sistêmico, pacientes com o tipo discoide da doença apresentam sintomas de inflamação apenas na pele, principalmente no rosto e no couro cabeludo, onde surgem placas vermelhas.
Entretanto, é preciso ter atenção e acompanhamento médico, porque algumas pessoas que possuem lúpus discoide podem evoluir para o lúpus sistêmico depois de algum tempo.
Lúpus induzido por medicamentos
Alguns medicamentos, como hidralazina, procainamida ou isoniazida, se utilizados prolongadamente, são capazes de causar uma inflamação temporária e gerar sintomas semelhantes ao do lúpus sistêmico.
Após o término da utilização dessas drogas, a tendência é que os sintomas desapareçam gradualmente depois de alguns meses.
Lúpus neonatal
É o tipo mais raro da doença e acontece quando a mãe passa anticorpos Anti-Ro e Anti-La (presentes em pessoas que têm doenças autoimunes, como o próprio lúpus) para o feto durante a gravidez.
Como é feito o diagnóstico?
Caso você tenha sintomas que estão relacionados ao lúpus, o mais indicado é procurar um reumatologista o quanto antes. O diagnóstico da doença consiste no exame clínico, em que o profissional irá avaliar o paciente e ouvir o histórico de sintomas, e em exames laboratoriais.
Os principais exames laboratoriais são o hemograma e o exame do fator antinuclear (FAN), que busca por anticorpos relacionados a doenças autoimunes. Para complementar o diagnóstico, o reumatologista também pode solicitar raio-X do tórax ou biópsia renal, com objetivo de identificar lesões inflamatórias nos órgãos.
Lúpus tem cura? Como é feito o tratamento?
Infelizmente, o lúpus não tem cura. Mas os sintomas podem ser controlados com o tratamento orientado pelo reumatologista de acordo com o tipo da doença e os sintomas apresentados.
Também não há um medicamento próprio para a doença, já que ela atinge diferentes partes do corpo. Dessa forma, o médico irá prescrever medicamentos para lidar com os sintomas, como:
- Anti-inflamatórios para melhorar a febre, dores nas articulações e inchaço
- Antimaláricos para tratar a queda de cabelo, manchas na pele e sensibilidade à luz
- Corticoides para agir em sintomas do sistema nervoso central, anemia e outros sintomas que não melhorarem com os remédios acima
- Imunossupressores para casos graves, em que os sintomas podem colocar a vida do paciente em risco.
Como prevenir os sintomas de lúpus?
Além do uso de medicamentos, há alguns cuidados que podem ser tomados para evitar uma crise de sintomas.
O principal cuidado é ter uma vida saudável e optar por uma dieta anti-inflamatória, evitando o consumo de alimentos ricos em açúcar, realizar pelo menos meia hora de atividades físicas por dia e tomar bastante água.
É indicado também dormir pelo menos 8 horas por dia e evitar a exposição ao sol, dando preferência para o uso de roupas de manga comprida e calças, acessórios de proteção, como chapéus e bonés, e o uso de protetor solar de alto fator.
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