Maio Roxo: conheça a campanha dedicada às doenças intestinais
01 de maio de 2025
Ações visam aumentar o debate e a prevenção de condições que afetam o intestino.

Lançada em 2010 no Brasil, Maio Roxo é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) para conscientizar sobre as doenças inflamatórias intestinais (DII), como a doença de Crohn e a colite ulcerativa. A campanha coincide com o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, celebrado em 19 de maio, e enfatiza a importância do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz dessas condições crônicas que afetam e enfraquecem o sistema digestivo.
Durante o mês, são promovidas ações educativas e de apoio, como iluminação roxa de monumentos, simpósios, palestras e caminhadas, que visam aumentar a conscientização sobre as DIIs e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
As atividades são organizadas por entidades de saúde e associações de pacientes, que buscam chamar a atenção da sociedade e dos legisladores para as necessidades dos indivíduos afetados.
Reconhecer os sintomas e iniciar o tratamento adequado é essencial para o bem-estar dos pacientes. Com o aumento da incidência dessas doenças na população brasileira, a campanha Maio Roxo se torna ainda mais relevante, pois promove conhecimento e suporte para aqueles que convivem com essas condições.
Continue a leitura deste artigo para entender melhor sobre as doenças intestinais!
Doenças inflamatórias intestinais: o que são e como afetam a vida
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são condições crônicas que provocam inflamação persistente no trato gastrointestinal. Elas englobam principalmente a doença de Crohn e colite ulcerativa.
A doença de Crohn manifesta-se em qualquer parte do sistema digestivo, da boca ao ânus, e é caracterizada por uma inflamação que atinge todas as camadas da parede intestinal. Se não tratada corretamente, pode evoluir para um câncer de intestino.
Por outro lado, a colite ulcerativa está confinada ao cólon e reto, afetando somente a camada mais superficial. Ambas prejudicam pessoas de qualquer idade, porém tem uma incidência maior em adultos entre 20 e 40 anos.
Os sintomas comuns das duas incluem dor abdominal, diarreia, fezes com sangue ou muco, perda de peso, febre e cansaço. O tratamento busca minimizar esses sintomas e envolve medicamentos, ajustes na alimentação e suplementação nutricional para prevenir complicações como anemia e osteoporose.
A causa das DII é multifatorial, como a predisposição genética, disfunções imunológicas e desequilíbrios na flora intestinal. Embora compartilhem sintomas e tratamentos, a doença de Crohn e a colite ulcerativa possuem particularidades que as diferenciam, como o padrão de inflamação e a área afetada no intestino.
Quais são as causas das doenças inflamatórias intestinais?
As causas das DIIs ainda não são totalmente esclarecidas, porém, existem fatores que parecem estar relacionados com o desenvolvimento dessas condições, como:
- Predisposição genética
- Mau funcionamento do sistema imunológico, que leva a uma resposta inflamatória anormal no intestino
- Desequilíbrio da microbiota intestinal
- Fatores ambientais como alimentação, estresse e exposição a certos agentes infecciosos
- Tabagismo
- Uso excessivo de antibióticos
- Infecções gastrointestinais anteriores
- Outros fatores como, uso de anticoncepcionais, agentes hormonais e excesso de consumo de açúcar
Entre os fatores de risco, além do tabagismo, estão a idade e o histórico familiar em parentes de primeiro grau.
Doenças intestinais: sintomas, diagnóstico e tratamento
Os sintomas dessas doenças estão relacionados a inflamação progressiva do sistema digestivo e, mesmo sendo similares, cada uma tem suas particularidades.
Na colite ulcerativa, os sintomas são menos ou mais intensos, conforme o tipo desenvolvido. De forma geral, o paciente apresenta:
- Dor ou cólica abdominal constante ou recorrente
- Dilatação abdominal
- Necessidade constante de evacuar
- Alternância entre períodos de diarreia e prisão de ventre
- Excesso de gases intestinais
- Presença de muco nas fezes
- Fezes com sangue
- Mal-estar com calafrios
- Sudorese
- Febre
- Cansaço excessivo
- Desidratação
- Perda de apetite, resultando em perda de peso
- Presença de feridas na boca
Em alguns pacientes, surgem condições como dor nas articulações, inflamação na esclera do olho (branco do olho) e alterações na pele.
No caso da doença de Crohn, os primeiros desconfortos levam meses ou anos para aparecerem, pois dependem da extensão da inflamação. Alguns pacientes apresentam um ou mais sinais e não desconfiam da condição, já que as reações podem ser confundidas com outras doenças intestinais como a colite e a síndrome do intestino irritável.
Além das cólicas, cansaço, perda de apetite e fezes com muco ou sangue, outros sintomas são:
- Diarreia crônica (intensa e persistente)
- Dor abdominal
- Vontade repentina para defecar
- Aftas
- Febre persistente entre 37,5º a 38º
- Perda de peso sem razão aparente
- Enfraquecimento por conta da dificuldade para absorver os nutrientes
- Dores articulares
- Inflamação dos olhos
- Sangramento no reto
- Lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abscessos
- Cálculos renais (pedras nos rins) ou na vesícula biliar
Os sinais da doença de Crohn normalmente aparecem em fases, chamadas de “crises”, que, depois, tendem a desaparecer completamente, até que um novo período crítico surja.
Cada pessoa experimenta os sintomas de maneira diferente e o diagnóstico e tratamento adequados devem ser realizados por um profissional de saúde. Se você suspeita que possa ter uma dessas condições, é essencial procurar orientação médica.
Como é feito o diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais?
O diagnóstico das DIIs é complexo e combina a avaliação clínica com uma série de exames, como:
- Avaliação do histórico médico e sintomas
- Exame físico
- Exames laboratoriais, como hemograma, eletrólitos, testes hepáticos e renais, marcadores sorológicos e exame de fezes
- Exames de imagem, como raio-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética
- Endoscopia e colonoscopia com ou sem biópsias
É fundamental consultar um gastroenterologista ou um coloproctologista para um diagnóstico mais preciso e um plano de tratamento adequado.
Como tratar as doenças inflamatórias intestinais?
As DIIs não têm cura definitiva, mas o tratamento visa aliviar os sintomas e manter a remissão da doença. Confira algumas abordagens comuns utilizadas:
- Uso de medicamentos como anti-inflamatórios, imunossupressores e antibióticos
- Ajustes na alimentação para reduzir a inflamação e compensar a perda de nutrientes devido à má absorção
- Suplementação de vitaminas e minerais
- Em casos graves ou quando há complicações, será indicada a realização de cirurgia para remover a parte afetada do intestino
O tratamento deve sempre ser acompanhado por um médico, e suas opções variam conforme a gravidade e a resposta individual.
Campanha Maio Roxo: como participar e apoiar a causa
Para participar da campanha Maio Roxo, você pode fazer o seguinte:
- Informar-se sobre as DIIs e seus sintomas
- Compartilhar informações e materiais educativos com familiares, amigos e nas redes sociais
- Participar de eventos online e presenciais organizados por associações como a Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn (ABCD)
- Engajar-se com grupos de apoio e comunidades de pacientes
- Colaborar com campanhas de arrecadação de fundos e outras iniciativas de suporte
- Tornar-se um voluntário ou defensor das causas relacionadas às DII
- Participar de audiências públicas e fóruns de discussão para promover políticas de saúde pública
Além disso, algumas campanhas incentivam iluminar monumentos e locais públicos em roxo, a cor da conscientização das DIIs.
A participação ativa e o compartilhamento de conhecimento são fundamentais para aumentar a conscientização sobre as DIIs e ajudar aqueles afetados por essas condições.
É possível prevenir as doenças inflamatórias intestinais?
A prevenção das DIIs é um desafio, já que as suas causam ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, é possível tomar algumas medidas que ajudam a reduzir o risco de desenvolver essas condições ou minimizar seus sintomas.
Siga as orientações:
- Mantenha uma alimentação equilibrada e saudável, com baixo teor de gordura e rica em fibras, de preferência com a orientação de um nutricionista
- Identifique e evite alimentos que desencadeiam crises
- Aumente a flora intestinal ingerindo alimentos probióticos como iogurtes e leites fermentados
- Mastigue bem durante as refeições
- Não fume, o tabagismo aumenta o risco de DII e piora os sintomas
- Reduza o estresse, pois ele influencia na inflamação
- Realize check-ups regulares e consulte um médico se notar sintomas persistentes
- Esteja atento aos sinais do corpo e não ignore sintomas como dor abdominal, diarreia crônica ou sangue nas fezes
- Pratique atividades físicas regularmente
Lembre-se de que estas são medidas gerais e não garantem a prevenção das DII. É sempre importante consultar um médico para aconselhamento personalizado e acompanhamento adequado. Procure gastroenterologistas, coloproctologistas e nutricionistas mais perto de você!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Câmara Municipal de são Paulo – Maio Roxo: Conscientização sobre doenças inflamatórias intestinais
Ministério da Saúde – 19/5 – Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal
Ministério da Educação – Maio Roxo chama atenção para distúrbios intestinais
Senado Notícias – Maio Roxo: projeto formaliza campanha sobre doenças intestinais

Escrito por Vale Saúde
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