Terror Noturno
Distúrbio do sono comum em crianças é caracterizado por episódios curtos com gritos ou choro
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O que é terror noturno?
O terror noturno é um distúrbio comportamental do sono comum em crianças com idade entre 4 e 7 anos, que se manifesta com mais frequência no estado de transição entre o sono e a vigília antes da fase REM (“Rapid Eye Movement” na sigla em inglês, “Movimento rápido dos olhos” traduzindo para português). Trata-se de um estágio de descanso profundo caracterizado por um relaxamento dos músculos e pelos sonhos.
Esse distúrbio, no entanto, é diferente de um simples pesadelo e classificado como uma parassonia (conjunto de transtornos do sono), devido às alterações físicas, verbais e comportamentais que ocorrem nos episódios.
No terror noturno, o despertar acontece de forma súbita e assustadora, com choro, gritos, sensação de estar sendo perseguido e pânico. O coração acelera e o corpo transpira excessivamente, porém sem acordar. Mas a pessoa não se lembra se estava sonhando com algo desagradável. Algumas crianças podem urinar na cama ou apresentar sonambulismo, se levantando e correndo sem direção, com os olhos fixos.
Os episódios ocorrem nas três primeiras horas após o adormecer e costumam ter duração de segundos a minutos e, depois disso, a criança volta a dormir e não se recorda do que aconteceu.
A crise normalmente é resolvida sem que seja necessário realizar tratamento, porém, é necessário adotar medidas de precaução, como fazer uma proteção ao redor da cama, para evitar que a criança se machuque durante um ataque.
É importante que a criança não seja acordada durante o terror noturno, já que isso é capaz de piorar a situação e levar ao aparecimento de mais sintomas e agitação, devendo estar atento a possíveis lesões ou riscos durante o episódio.
Quais são os sintomas de terror noturno?
Os terrores noturnos ocorrem geralmente em crianças entre os 3 e os 12 anos. Eles se caracterizam por um despertar com gritos ou choro, uma a três horas depois de adormecer.
Os episódios são acompanhados de outros sintomas, como:
- Medo e expressão de pavor
- Chutes ou se debater na cama
- Taquicardia
- Sudorese
- Vermelhidão da pele
- Respiração rápida
- Sentar na cama
- Confusão
- Olhar vago
- Pupilas dilatadas
- Não responder e não se comunicar
- Desorientação ao acordar
Se as perturbações ocorrem durante muitas noites seguidas, esse comportamento consegue interferir na qualidade do sono, provocando estresse, mau humor e cansaço diurno por conta das inquietações da noite.
Quais são as causas e fatores de risco do terror noturno?
As causas do terror noturno ainda não foram bem definidas. No entanto, acredita-se que vários fatores estão relacionados. Confira os principais:
- Predisposição genética (casos ocorrem entre membros da mesma família)
- Estresse
- Privação do sono
- Atividades físicas intensas
- Febre
- Enxaqueca
- Consumo excessivo de cafeína e álcool
- Medicamentos que interferem no sono
- Depressão e ansiedade
- Distúrbios respiratórios, como apneia do sono e asma
- Síndrome das pernas inquietas
- Traumas na cabeça
- Dormir em lugares inadequados (não familiares, com luzes ou barulhos)
Como é feito o diagnóstico do terror noturno?
Os especialistas responsáveis por diagnosticar e prescrever um tratamento para as crises de terror noturno são pediatras, neurologistas, médicos do sono neuropsicólogos e psiquiatras. Tendo em vista que essa condição é capaz de estar associada a outras, é importante investigar sua origem, além de buscar tratamento para a crise em específico.
O diagnóstico leva em consideração a anamnese com a família (relatos dos pacientes e de pessoas com quem ele convive). O médico responsável pelo caso também pode solicitar alguns exames para ter um diagnóstico mais assertivo, como polissonografia, ressonância magnética de crânio e eletroencefalograma.
Terror noturno tem cura? Qual é o tratamento?
O terror noturno não tem uma cura definitiva, mas muitas pessoas superam esse distúrbio do sono à medida que crescem. Em alguns casos, segue até a fase adulta.
É fundamental buscar ajuda médica para avaliar o quadro individual e desenvolver estratégias para lidar com a condição.
Geralmente, uma das opções para tratar o terror noturno mais grave é o uso de medicamentos que atuam sobre os padrões de sono, como alguns antidepressivos e benzodiazepínicos, já que eles agem contra estados de tensão e ansiedade.
Quando o terror noturno for ocasionado por uma condição adjacente, como a apneia do sono ou febre, é importante buscar o tratamento adequado para cada enfermidade.
A pessoa ainda pode buscar auxílio de técnicas de relaxamento e psicoterapia com psicólogo. O paciente também precisa estar atento à higiene do sono, buscando mudar hábitos para ter uma melhora na qualidade do descanso. Nesse caso, é possível:
- Estabelecer horários para dormir e acordar, respeitando o ciclo de sono e vigília
- Evitar atividades estimulantes ou que mantenham o estado de alerta antes de dormir, como usar o computador, celular, assistir televisão, jogar videogames etc.
- Consumir alimentos leves antes de dormir ou que estimulem o sono. Também é importante manter hábitos saudáveis de alimentação e praticar exercícios físicos regularmente
- Utilizar o quarto apenas para dormir, ou seja, se possível, evitar trabalhar no mesmo ambiente de descanso
- Não ingerir muito líquido antes de se deitar
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, com cafeína e cigarros
- Buscar manter o quarto em uma temperatura agradável
- Não se automedicar, pois alguns remédios são capazes de comprometer mais a qualidade do sono
Como prevenir?
Para prevenir os episódios de terror noturno é importante saber se existe alguma situação na vida da criança que esteja causando estresse e provocando algum tipo de conflito interno. Nesses contextos, é recomendado procurar ajuda de um psicólogo infantil, pois este profissional consegue ajudar com terapia e técnicas adaptadas a esse período da vida.
Além disso, é importante criar uma rotina de sono relaxante antes de dormir, pois isto ajuda a melhorar a qualidade reparadora do descanso.
Os medicamentos só devem ser usados com recomendação do pediatra e, geralmente, são usados somente quando a criança tem algum outro distúrbio emocional associado.
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