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Síndrome do Pânico

Caracterizada por crise de ansiedade repentina e intensa, condição provoca sensação de medo ou mal-estar, com sintomas físicos

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*Artigo revisado pelo Dr. Fábio Poianas Giannini (CRM 100.689)*

O que é a Síndrome do Pânico?

O Transtorno ou Síndrome do Pânico é uma condição capaz de fazer uma pessoa se sentir muito assustada e ansiosa por curtos períodos de tempo. Quando isso acontece, é chamado de "ataque de pânico". Os ataques também podem causar dor no peito e problemas respiratórios que levam as pessoas a consultarem médicos ou departamentos de emergência.

Muita gente tem algumas poucas crises de pânico na vida, e o problema some. Mas se a pessoa teve ataques inesperados e recorrentes e passou períodos longos com constante medo de outro ataque, ela pode ter desenvolvido Síndrome do Pânico.

Apesar da crise de pânico em si não significar risco de vida, ela pode ser assustadora e impactar de forma significativa o indivíduo e sua qualidade de vida. No entanto, o tratamento é eficaz em muitos casos, controlando os ataques e prevenindo-os.

Quais são os sintomas da Síndrome do Pânico?

Em geral, os ataques de pânico começam sem aviso prévio, de repente. Podem acontecer a qualquer momento, quando a pessoa está no shopping, dormindo, dirigindo ou durante uma reunião do trabalho. As crises podem ser eventuais ou ocorrerem com mais frequência, uma ou várias vezes ao dia, causando real impacto social.

As crises de pânico têm diversas variações, mas, em geral, os sintomas atingem um pico em minutos. Após o final de um ataque, a pessoa pode se sentir cansada e esgotada. Os ataques costumam incluir um ou mais destes sintomas ou sinais:

  • Náusea

  • Arrepios

  • Dores no peito

  • Ondas de calor

  • Dores de cabeça

  • Cólica abdominal

  • Suor em excesso

  • Tremores no corpo

  • Sensação de irrealidade

  • Sensação de perigo iminente

  • Tonturas, vertigens ou desmaio

  • Vômito

  • Aperto na garganta ou falta de ar

  • Medo de morte ou perder o controle

  • Frequência cardíaca pulsante e rápida

  • Dormência ou sensação de formigamento

Um dos maiores desafios nos ataques de pânico é o intenso medo de ter outro. A pessoa pode ter tanto pavor de ter ataques de pânico que passa a evitar determinadas circunstâncias em que eles podem ocorrer. Isso pode configurar a Síndrome do Pânico.

Quais são as causas da Síndrome do Pânico?

O que provoca ataques de pânico ou a Síndrome do Pânico é algo desconhecido, mas alguns fatores podem ter um papel neles:

  • Genética

  • Estresse frequente e intenso

  • Ser propenso a ter emoções negativas ou ser mais sensível ao estresse

  • Certas alterações no modo como partes do cérebro do paciente funcionam

  • As crises de pânico podem ocorrer sem aviso e de repente no começo, porém, com o tempo, eles geralmente são desencadeados por situações específicas

Alguns estudos apontam que a resposta de luta ou fuga, algo natural no nosso corpo diante de um perigo, está envolvida nos ataques de pânico e na Síndrome do Pânico. Por exemplo, se um cachorro pitbull corresse atrás de você, seu corpo iria reagir de modo instintivo.

Sua respiração e frequência cardíaca acelerariam enquanto seu corpo se preparava para uma situação que envolve risco de vida. Algumas dessas mesmas reações ocorrem durante uma crise de pânico. Porém, não é possível saber o motivo pelo qual um ataque de pânico ocorre quando não existe perigo nenhum presente.

Como diagnosticar a Síndrome do Pânico?

Um médico psiquiatra determinará se a pessoa tem ataques de pânico, Síndrome do Pânico ou outra condição, como problemas metabólicos ou hormonais (como distúrbios de tireoide) ou problemas cardíacos (arritmias), com sintomas parecidos aos dos ataques de pânico. A fim de ajudar a identificar um diagnóstico, o paciente pode ter:

  • Um completo exame físico

  • Exames cardíacos, como um eletrocardiograma, e exames sanguíneos para avaliar a tireoide e outras condições possíveis

  • Uma avaliação psicológica a fim de tratar sobre histórico familiar, preocupações, medos ou sintomas, problemas de relacionamento, situações estressantes ou que a pessoa possa estar evitando

  • O paciente pode preencher um questionário ou uma autoavaliação psicológica. Ele pode ainda ser questionado sobre o consumo de álcool ou outras substâncias

Nem todos aqueles que têm ataques de pânico apresentam Síndrome do Pânico. Para um diagnóstico, costuma-se listar os seguintes pontos:

  • A pessoa tem ataques de pânico inesperados e frequentes

  • Ao menos uma das crises foi seguida por, no mínimo, um mês de preocupação contínua sobre ter outro ataque

  • Ter medo contínuo dos efeitos de uma crise, como ter um ataque cardíaco, perder o controle ou “enlouquecer”

  • Apresentar alterações consideráveis no comportamento, como evitar circunstâncias que a pessoa acredita que possam desencadear uma crise de pânico

  • Ataques de pânico não são causados por drogas ou uso de outras substâncias, condições médicas ou outro problema de saúde mental, como fobia social ou transtorno obsessivo-compulsivo

Caso a pessoa tenha ataques de pânico, mas uma Síndrome de Pânico não for diagnosticada, ainda poderá ter benefícios com o tratamento. Se os ataques não forem tratados, eles são capazes de piorar e evoluir para fobias ou Síndrome do Pânico.

Qual é o tratamento para Síndrome do Pânico?

Síndrome do Pânico tem cura? Sim, uma vez que o tratamento tem a possibilidade de ajudar a diminuir a frequência e a intensidade das crises de pânico e melhorar as condições de vida diária. As alternativas principais de tratamento são psicoterapia e medicamentos.

Uma ou ambas as possibilidades de tratamento podem ser recomendadas, dependendo da preferência, histórico, gravidade da Síndrome de Pânico e se a pessoa tem acesso a terapeutas especializados em tratar o problema.

Medicamentos utilizados no tratamento

A medicação pode ajudar a reduzir os sintomas associados aos ataques de pânico, bem como à depressão, caso também seja um problema. Diversas categorias de remédios mostraram ser eficazes no controle dos sintomas de crises de pânico, incluindo:

  • Inibidores da recaptação de norepinefrina e serotonina: são remédios da classe de antidepressivos

  • Inibidores seletivos da recaptação da serotonina: em geral, seguros com risco baixo de graves reações adversas, os antidepressivos costumam ser indicados como a primeira opção de remédios no tratamento de ataques de pânico

  • Benzodiazepínicos: depressores do sistema nervoso central, no geral, esses sedativos são utilizados somente por um prazo curto como sintomáticos nos ataques, já que podem criar dependência, tanto física como mental. Esses remédios não são uma boa alternativa se o paciente teve problemas com álcool ou uso de drogas. Eles também podem interagir com outras drogas, causando perigosos efeitos colaterais.

Caso um remédio não funcione bem para o paciente, o psiquiatra pode recomendar a mudança para outro ou a combinação de certos remédios para aumentar a eficácia contra a Síndrome do Pânico. Pode levar diversas semanas após o começo de uso de um medicamento para que o paciente note uma melhora nos sintomas.

Todos os remédios oferecem riscos de efeitos colaterais, e alguns deles podem não ser indicados em situações específicas, como na gravidez. Converse com um médico sobre possíveis efeitos colaterais e riscos.

Terapia

A psicoterapia é tida como um eficaz tratamento para ataques de pânico e Síndrome do Pânico. A psicoterapia pode ajudar a pessoa a compreender os ataques de pânico e o transtorno e aprender a lidar com eles.

Uma forma de psicoterapia chamada terapia cognitivo-comportamental consegue ajudar o paciente a aprender, por meio de suas experiências, que os sintomas da síndrome do pânico não são perigosos.

O terapeuta ajudará o paciente a recriar gradualmente os sintomas de um ataque de pânico de maneira segura e repetitiva. No momento em que as sensações físicas do transtorno deixarem de parecer ameaçadoras, os ataques começam a se resolver.

O tratamento bem-sucedido também consegue ajudar a pessoa a superar o receio de situações que evitou em razão dos ataques de pânico. Ver os resultados pode levar tempo e esforço. Os sintomas podem se reduzir em semanas e, muitas vezes, somem em meses.

Como prevenir a Síndrome do Pânico?

Não existe um modo seguro para prevenir ataques de pânico. Mas, então, como lidar com o transtorno? As recomendações a seguir podem ajudar, pois são consideradas parte de um conjunto de ações que ajudam a obter maior equilíbrio mental e dificultam a progressão dos e a frequência dos ataques.

  • Faça atividades físicas regulares, pois isso pode ter um papel importante na proteção contra a ansiedade

  • Siga com o plano de tratamento com acompanhamento de médico(s) e psicólogo(s) para auxiliar na prevenção do agravamento dos sintomas ou recaídas do ataque de pânico

  • Busque tratamento para ataques o quanto antes para ajudar a impedir que eles se tornem mais frequentes ou piorem. Na dúvida se sofreu um ataque ou não, procure atendimento médico

Diferenças entre Síndrome do Pânico e outros transtornos de ansiedade

Em geral, a principal diferença é que certos estressores desencadeiam ataques de ansiedade e podem aumentar gradualmente. Já os ataques de pânico, numa Síndrome do Pânico, costumam acontecer de forma inesperada e repentina.

A ansiedade geralmente causa sintomas físicos, como coração acelerado ou nós no estômago. Mas esses sintomas são menos intensos e duram mais do que um ataque de pânico, que apresenta sintomas muito intensos, mas breves.

Como ajudar uma pessoa com Síndrome do Pânico?

Se alguma pessoa que você conhece tem Síndrome do Pânico e está tendo um ataque, você pode fazer o seguinte para ajudá-la:

  • Pergunte o que ela precisa

  • Ajude-a a se concentrar no presente

  • Fale com ela em frases curtas e simples

  • Fique com a pessoa e mantenha a calma

  • Gentilmente e com confiança, garanta que ela está segura e que o ataque é temporário

  • Ajude-a a praticar a respiração profunda, contando lentamente até cinco para cada inspiração e expiração. Exercícios de respiração são excelentes alternativas durante crises

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