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60%A síndrome de Cushing é uma condição de saúde rara e séria, provocada pelo excesso de cortisol no organismo. De acordo com estudo publicado na National Library of Medicine, o distúrbio atinge de 2 a 4 milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
O excesso de cortisol tem origem endógena (produzido pelo próprio corpo, como em tumores hipofisários) ou exógena (pelo uso prolongado de medicamentos à base de corticosteroides).
O cortisol é um hormônio essencial para o funcionamento do corpo humano, responsável por regular o metabolismo, a resposta imunológica, a pressão arterial e os níveis de estresse.
No entanto, quando produzido em excesso por um longo período, é capaz de desencadear uma série de alterações físicas e metabólicas, resultando na síndrome de Cushing.
Esse distúrbio endócrino consegue afetar homens e mulheres, mas é mais comum na população feminina entre os 20 e 50 anos.
Se não for diagnosticada e tratada adequadamente, pode causar complicações graves, como diabetes, hipertensão, osteoporose e doenças cardiovasculares.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas da síndrome de Cushing variam de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade e da duração do excesso de cortisol.
No entanto, alguns sinais são considerados típicos e costumam aparecer com frequência em pacientes com a condição. Os principais são:
- Ganho de peso, especialmente na parte superior do corpo (tronco, face e pescoço), com membros inferiores relativamente finos
- Rosto arredondado, conhecido como "face em lua cheia"
- Acúmulo de gordura na região cervical, formando uma espécie de corcunda
- Pele fina, frágil e de difícil cicatrização
- Hirsutismo (crescimento excessivo de pelos) em mulheres
- Aparecimento de estrias roxas ou avermelhadas (estrias violáceas), especialmente no abdômen, coxas e seios
- Fraqueza muscular, principalmente nas pernas e braços
- Fadiga crônica
- Alterações no humor e comportamento, como ansiedade, depressão e irritabilidade
- Distúrbios do sono, como insônia
- Irregularidade menstrual em mulheres
- Redução da libido e disfunção erétil em homens
- Aumento da pressão arterial
- Diabetes ou intolerância à glicose
- Osteoporose e maior risco de fraturas
- Infecções frequentes, devido à supressão do sistema imunológico
Essas manifestações surgem gradualmente, o que dificulta o diagnóstico precoce. Muitas vezes, são confundidas com outras doenças metabólicas ou efeitos colaterais de medicamentos.
O que causa síndrome de Cushing?
A síndrome de Cushing é causada por fatores endógenos (internos) ou exógenos (externos). Os principais são:
Causas endógenas
- Adenoma hipofisário: é a causa mais comum entre os casos endógenos. Trata-se de um tumor benigno na hipófise que estimula a produção excessiva do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), que estimula as glândulas adrenais a produzirem mais cortisol
- Tumores adrenais: tumores benignos ou malignos que se formam nas glândulas suprarrenais e produzem cortisol diretamente
- Secreção ectópica de ACTH: alguns tumores fora da hipófise, como câncer de pulmão de pequenas células, são capazes de produzir ACTH em excesso
Causas exógenas
- Uso prolongado de corticosteroides: essa é a principal causa da síndrome de Cushing. Medicamentos como prednisona, dexametasona ou hidrocortisona são utilizados para tratar doenças inflamatórias, autoimunes e alérgicas, mas, quando usados em doses altas e por longos períodos, podem levar à síndrome
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da doença?
Os fatores de risco variam de acordo com a origem da síndrome de Cushing. Em geral, é possível citar:
- Uso prolongado de medicamentos corticosteroides, seja por via oral, injetável ou, em menor grau, tópica (aplicação diretamente na pele)
- Presença de tumores hipofisários ou adrenais, especialmente se houver histórico familiar
- Idade entre 20 e 50 anos, com maior prevalência em mulheres
- Exposição frequente ao estresse crônico (embora o estresse por si só não cause a síndrome, ele consegue influenciar a produção de cortisol)
- Distúrbios genéticos raros, como o complexo de Carney (causa alterações na pigmentação da pele e o desenvolvimento de tumores benignos em várias partes do corpo, incluindo glândulas endócrinas) ou a síndrome de McCune-Albright (afeta os ossos, a pele e o sistema endócrino)
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da síndrome de Cushing deve ser feito por um endocrinologista e envolve uma combinação de avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem:
Avaliação clínica
O médico avalia o histórico do paciente, os sintomas apresentados e o uso de medicamentos corticosteroides.
Exames laboratoriais
- Teste de cortisol livre na urina de 24 horas: mede a quantidade de cortisol eliminada na urina durante um dia inteiro
- Teste de supressão com dexametasona: avalia se o organismo consegue reduzir os níveis de cortisol após a ingestão de dexametasona
- Dosagem de cortisol salivar noturno: mede o nível de cortisol na saliva à noite, quando normalmente ele deveria estar mais baixo
- Dosagem de ACTH: ajuda a determinar se a origem da produção excessiva de cortisol é hipofisária, adrenal ou ectópica
Exames de imagem
- Ressonância magnética da hipófise, para detectar adenomas hipofisários
- Tomografia ou ressonância das glândulas adrenais, para identificar tumores
- Tomografias de tórax ou abdômen, em casos de suspeita de produção ectópica de ACTH
Síndrome de Cushing tem cura? Como é feito o tratamento?
Sim, a síndrome de Cushing tem cura, especialmente quando a causa é identificada e tratada adequadamente. O tratamento depende da origem do problema.
Tratamento para causas endógenas
- Cirurgia: deve ser realizada no caso de tumores hipofisários ou adrenais (a remoção cirúrgica do tumor geralmente normaliza os níveis de cortisol)
- Radioterapia: indicada quando a cirurgia não é possível ou não remove completamente o tumor
- Medicamentos: usados para inibir a produção de cortisol, como cetoconazol, mitotano, mifepristona ou pasireotida
- Adrenalectomia bilateral: em casos extremos, pode ser necessário remover as duas glândulas adrenais, o que exigirá reposição hormonal pelo resto da vida
Tratamento para causas exógenas
- Redução gradual do uso de corticosteroides, sempre sob supervisão médica, para evitar crise de insuficiência adrenal
Após o tratamento, muitos pacientes apresentam melhora significativa dos sintomas. No entanto, a recuperação total pode levar meses ou anos e, em alguns casos, há necessidade de acompanhamento contínuo.
Existem maneiras de prevenir a síndrome de Cushing?
Não há uma forma garantida de prevenir a síndrome de Cushing, especialmente nos casos de origem endógena. No entanto, algumas medidas conseguem reduzir o risco ou permitir o diagnóstico precoce:
- Evitar o uso indiscriminado de corticosteroides
- Fazer acompanhamento médico regular ao usar corticoides por mais de algumas semanas
- Monitorar sintomas suspeitos, como ganho de peso inexplicado, estrias arroxeadas e alterações no humor
- Manter uma rotina de exames periódicos, especialmente se houver histórico de doenças endócrinas na família
Referências bibliográficas:
National Library of Medicine - Subclinical Cushing's syndrome
Medical News Today - Can Cushing syndrome be cured? And more FAQ
Cleveland Clinic - Cushing Syndrome
Mayo Clinic - Cushing syndrome
NHS - Cushing's syndrome
Johns Hopkins Medicine - Cushing's Syndrome
Manual MSD - Síndrome de Cushing
Anvisa - Anvisa autoriza medicamento para doença de Cushing
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Síndrome de Cushing e outras Doenças