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FOMO: como o medo de ficar de fora te afeta?

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Síndrome está relacionada principalmente com o uso excessivo das redes sociais

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O que é FOMO?

FOMO é a sigla para “Fear of Missing Out”, que em português significa “medo de estar perdendo algo”.

Trata-se de um fenômeno psicológico responsável por uma sensação de angústia ou ansiedade gerada pela percepção de que os outros estão vivenciando experiências mais interessantes, divertidas ou gratificantes sem a sua participação.

Embora esse sentimento não seja novo, ele se intensificou significativamente com a ascensão das redes sociais, em que o compartilhamento de vidas aparentemente perfeitas alimenta o desejo constante de estar presente em tudo e em todos os lugares.

A FOMO está profundamente enraizada em nossas necessidades sociais de pertencimento, reconhecimento e validação. Ela leva à excessiva comparação com os outros e à ideia de que estar ausente de uma determinada experiência pode resultar em perda de oportunidades, status ou conexão social.

Neste conteúdo, vamos falar mais sobre as consequências da FOMO, os sintomas que sinalizam o problema e as melhores maneiras de lidar com essa questão. Continue a leitura!

Como o FOMO afeta o comportamento humano?

A FOMO influencia nosso comportamento de maneira sutil, porém intensa.

Pessoas acometidas por esse sentimento tendem a aceitar compromissos mesmo quando não querem, apenas para não se sentirem excluídas.

Com o tempo, é possível que isso acabe causando exaustão, sobrecarga social e diminuição da capacidade de dizer “não” e estabelecer limites saudáveis.

Além disso, a FOMO muitas vezes afeta decisões de consumo. Várias pessoas compram produtos, participam de eventos ou fazem viagens não por desejo genuíno, mas para acompanhar o que veem os outros fazendo. Esse comportamento impulsivo é capaz de gerar arrependimento, endividamento e frustração.

Outro aspecto preocupante é o impacto na atenção e no foco. O receio constante de estar perdendo algo leva à checagem compulsiva das redes sociais, mesmo durante momentos importantes ou íntimos, prejudicando relações interpessoais e diminuindo o tempo de qualidade com pessoas queridas.

FOMO nas redes sociais: o papel do Instagram, TikTok e outras plataformas

Instagram, TikTok, Facebook e outras plataformas digitais são grandes aceleradores da FOMO.

Embora o fenômeno não seja exclusivo dos ambientes online, nas redes sociais pessoas tendem a compartilhar apenas os aspectos mais positivos de suas vidas, como viagens, festas, conquistas, corpos “perfeitos” e relacionamentos felizes.

O algoritmo das redes ainda amplifica esse conteúdo, priorizando postagens com maior engajamento e criando falsa impressão de que todo mundo está sempre se divertindo ou alcançando metas importantes.

O TikTok, por exemplo, com seus vídeos curtos e virais, frequentemente dita tendências de comportamento, consumo e estilo de vida. Com frequência, isso faz os usuários sentirem que precisam estar atualizados a todo momento para não se tornarem irrelevantes ou desatualizados.

O Instagram, por sua vez, reforça a FOMO por meio dos stories, que desaparecem em 24 horas. O fato do conteúdo ser temporário induz os usuários a conferirem constantemente a conta, com medo de perder algum momento “importante” de seus contatos.

O relatório “FOMO Reports”, publicado pela WifiTalents em junho de 2025, aponta que 60% dos usuários do Instagram relatam sentir FOMO após navegarem na plataforma.

Fique atento: sinais de que você está sofrendo de FOMO

Reconhecer a FOMO é o primeiro passo para lidar com problema. Alguns sinais incluem:

  • Dedicar muito tempo às redes sociais
  • Ficar esperando constantemente por notificações no celular
  • Ansiedade ao ver postagens de amigos ou influenciadores em eventos sociais
  • Checar constantemente as redes sociais com medo de “perder algo”
  • Sentimento de arrependimento ou tristeza por não ter participado de uma atividade
  • Participação forçada em eventos apenas para marcar presença
  • Sensação de inadequação ao ver conquistas ou estilos de vida de outras pessoas online
  • Usar o celular em todos os momentos, inclusive durante as refeições e o trabalho, e até mesmo enquanto dirige
  • Dificuldade em desligar-se digitalmente ou relaxar sem culpa
  • Ficar preocupado em tirar fotos para postar nas redes sociais ao invés de viver e aproveitar o momento
  • Apresentar mudanças de humor e comportamento, como irritabilidade, cansaço excessivo, falta de paciência e vontade de se isolar

Essas manifestações, quando frequentes e insistentes, indicam uma relação disfuncional com a vida digital e social.

FOMO e saúde mental: ansiedade, estresse e autoestima

O FOMO tem efeitos reais sobre a saúde mental, já que a constante comparação com os outros contribui para a diminuição da autoestima e o surgimento de sentimentos de inadequação e fracasso.

De acordo com o “FOMO Reports 2025”, publicado pela WifiTalent, 45% das pessoas que enfrentam a condição relatam ansiedade e depressão. Além disso, 58% descrevem piora no sono e 50% observam dificuldade de concentração no trabalho ou nos estudos.

Em adolescentes e jovens adultos, grupos mais vulneráveis à FOMO, os impactos são mais acentuados. A necessidade de pertencimento e validação externa pode interferir no desenvolvimento de uma identidade sólida e saudável.

Ainda segundo o relatório da WifiTalents, 55% dos entrevistados pertencentes à geração Z afirmam que o medo frequente de perder algo causa danos à saúde mental. Ao mesmo tempo, 45% dizem que a condição provoca sintomas depressivos e ansiosos.

A FOMO também está associada ao uso excessivo e compulsivo de dispositivos móveis, o que agrava o quadro de sobrecarga mental e desconexão do momento presente, gerando, por sua vez, estresse crônico, irritabilidade e isolamento.

Mesmo assim, é importante dizer que a FOMO não é considerada um transtorno mental reconhecido em manuais diagnósticos como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) ou a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da OMS).

No entanto, é entendido como um fenômeno psicológico e comportamental real, capaz de contribuir para o surgimento ou agravamento de problemas psicológicos.

FOMO no ambiente de trabalho e na vida profissional

O FOMO também se manifesta no contexto profissional.

Nessas situações, faz com que profissionais assumam mais tarefas do que conseguem administrar, aceitem reuniões desnecessárias ou trabalhem além do horário com medo de perder oportunidades de crescimento ou reconhecimento.

Esse comportamento muitas vezes resulta em burnout, baixa produtividade e conflitos internos, além de prejudicar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Profissionais que sofrem de FOMO também podem sentir que nunca estão fazendo o suficiente, mesmo quando estão se dedicando intensamente às suas responsabilidades.

Principais estratégias para lidar com a FOMO

Combater a FOMO exige uma abordagem consciente e prática. Algumas estratégias eficazes incluem:

  • Estabelecer limites nas redes sociais: defina horários para o uso e considere desativar notificações para reduzir a necessidade constante de checar o celular
  • Praticar o desapego digital: tire períodos regulares de descanso das redes (digital detox) para reconectar-se consigo mesmo
  • Refletir sobre seus valores: pergunte-se o que é realmente importante e o que você realmente gosta
  • Cultivar relações reais: priorize encontros presenciais significativos ao invés de interações superficiais online
  • Evitar comparações: lembre-se de que o que vemos online é apenas um momento cuidadosamente editado da vida dos outros
  • Praticar a gratidão: valorizar o que se tem é um potente antídoto para o desejo constante de algo mais

O papel da atenção plena (mindfulness) no combate a FOMO

A prática do mindfulness, ou atenção plena, é uma das alternativas mais potentes para lidar com o FOMO. Ela consiste em estar presente no aqui e agora, com consciência e aceitação, sem julgamento.

Ao aplicar o mindfulness, aprendemos a observar nossos pensamentos e sentimentos sem sermos arrastados por eles. Assim, é possível identificar o surgimento do FOMO e lidar com ele de forma mais racional e compassiva.

Exercícios simples de respiração, meditação guiada ou mesmo atividades como caminhar, comer ou conversar com atenção plena ajudam a diminuir a ansiedade e aumentar a satisfação com o momento presente.

Diferença entre FOMO e JOMO (Joy of Missing Out)

Se FOMO é o medo de estar perdendo algo, JOMO, sigla para “Joy of Missing Out” (em português, alegria de estar perdendo algo), é o prazer de não estar participando.

JOMO representa um estado de consciência em que o indivíduo sente satisfação e paz ao escolher não estar presente em determinada atividade, respeitando seus próprios limites e necessidades.

Enquanto a FOMO é guiada pela comparação e ansiedade, a JOMO é alimentada por autenticidade e presença. Trata-se de uma postura mais saudável diante das exigências sociais, permitindo priorizar o autocuidado, o descanso e a qualidade das conexões ao invés da quantidade.

Adotar a JOMO é, na maioria dos casos, o antídoto para os efeitos negativos da FOMO.

Como transformar a FOMO em autoconhecimento?

Por mais desconfortável que a FOMO possa ser, ela consegue se tornar uma poderosa ferramenta de autoconhecimento.

Afinal, sentir medo de estar perdendo algo é capaz de revelar aspectos importantes sobre seus desejos, inseguranças e carências emocionais.

Ao investigar esses sentimentos, é possível descobrir:

  • Quais são seus verdadeiros interesses e motivações
  • Quais validações externas você busca e por quê
  • Como você pode alinhar suas escolhas com seus valores pessoais

Transformar a FOMO em autoconhecimento é trocar a reatividade pela consciência, a comparação pela autenticidade e a pressa pela presença.

Para isso, também é recomendado procurar apoio de um psicólogo que, por meio da psicoterapia, consegue auxiliar no controle de gatilhos, sintomas de estresse, ansiedade e depressão, e colaborar com o autoconhecimento.

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Referências

https://www.gov.br/investidor/pt-br/penso-logo-invisto/fear-of-missing-out-2013-fomo-como-o-medo-de-perder-oportunidades-pode-afetar-suas-decisoes-de-investimentos

https://www.ufrgs.br/saberviver/fear-of-missing-out-fomo-o-que-e-o-medo-de-ficar-de-fora-e-como-lidar-com-ele/

https://wifitalents.com/fomo-statistics/

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7504117/

https://health.clevelandclinic.org/understanding-fomo

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8283615/

https://www.helpguide.org/mental-health/wellbeing/fear-of-missing-out-fomo

https://www.tjsc.jus.br/web/servidor/dicas-de-saude/-/asset_publisher/0rjJEBzj2Oes/content/voce-tem-f-o-m-o-fear-of-missing-out-#:~:text=A%20F.o.M.O%20pode%20ser%20definida,%2C%20comendo%2C%20sentindo%2C%20etc.

https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/02/13/fomo-saiba-mais-sobre-a-sindrome-do-medo-de-ficar-de-fora-principalmente-do-mundo-digital.ghtml

https://www.tuasaude.com/fomo/

https://www.camara.leg.br/radio/programas/1098404-medo-de-ficar-de-fora-fomo/

https://zenklub.com.br/blog/para-voce/sindrome-de-fomo-o-que-e-fear-of-missing-out

https://www.conexasaude.com.br/blog/fear-of-missing-out-fomo/

 

 

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Escrito por Vale Saúde

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