Vale Saúde - Logomarca

Saúde V


Saúde e Bem-estar

Como saber se as crianças têm TDAH ou problema de visão?

Publicado em

Criança sofre com cansaço visual ao tentar ler um livro em casa.

Dificuldades de aprendizagem, memorização, atenção e concentração infantil podem estar relacionadas aos olhos.

Assine já

Ver bem é essencial para estudar bem!

O olho é literalmente uma extensão do cérebro. De acordo com a Sociedade Americana de Optometria, cerca de 60% do nosso cérebro é dedicado a alguma função relacionada à coleta ou interpretação de informações visuais.

Isso significa que mais espaço em nosso cérebro é dedicado à visão do que a todos os outros sentidos combinados. Comparados ao tato (8%) e à audição (3%), os olhos são, de longe, os dispositivos de entrada dominantes para o desenvolvimento neurológico e cognitivo.

Por isso, qualquer condição que prejudique a visão ou o processamento visual é capaz de resultar em problemas de aprendizagem. Não é de se admirar, então, que uma criança com alguma dificuldade no sistema visual também possa ter empecilhos na escola.

Essas condições não são apenas variadas, mas também variam de leves a graves. Quando diagnosticadas e tratadas precocemente, as pessoas têm mais chances de aprender com eficiência.

Continue a leitura para saber mais sobre os problemas que interferem nos processos de aprendizado e de rendimento escolar das crianças.

TDAH e Dificuldades de aprendizagem: uma relação complexa

Crianças com problemas de aprendizagem têm dificuldades para captar, processar e dominar informações. Consequentemente, é possível que apresentem maiores dificuldades para realizar atividades posteriores como, por exemplo, para aprender os conceitos básicos de leitura, soletrar palavras, escrever, entender os conceitos de matemática e ter um raciocínio mais rápido e lógico. Além disso, estas crianças se irritam ou ficam agitadas mais facilmente em ambientes coletivos.

Existem alguns distúrbios de aprendizado mais frequentemente diagnosticados. Saiba quais são eles:

Dislexia

Os sintomas incluem dificuldade em ler com precisão as palavras. É o distúrbio mais comum, representando aproximadamente 80 a 90% de todas as dificuldades de aprendizagem.

Disgrafia

Dificuldade significativa para se expressar por escrito. Os alunos podem ficar sentados por horas tentando escrever algumas frases ou a escrita deles consegue ser realmente difícil de ler devido à má ortografia.

Discalculia

Dificuldade em entender números, memorizar fatos aritméticos simples ou ser capaz de raciocinar com problemas de palavras.

Déficit de atenção (DDA)

Caracterizado pela falta de atenção. Neste caso, a criança não fixa sua atenção ao que está sendo ensinado.

DDA e TDAH são sinônimos. DDA é um termo ultrapassado para se referir ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que é a nomenclatura atual para qualquer caso, seja ele inatento, hiperativo ou misto. Não devemos tratar ambos como transtornos diferentes.

A disfunção neurocomportamental que se caracteriza principalmente por desatenção, inquietude e impulsividade costuma surgir na infância e consegue persistir na fase adulta, afetando a vida social, profissional e o processo de aprendizagem. Frequentemente, o paciente pode apresentar outras questões emocionais, como ansiedade, depressão e estresse.

O TDAH é dividido em três subtipos

Predominantemente desatento

Principalmente dificuldade em manter a atenção, frequentemente descrito como “perdido no mundo” ou “sonhador”

Predominantemente hiperativo-impulsivo

Sintomas de hiperatividade e impulsividade, como inquietação constante, falar excessivamente e agir sem pensar

Combinado

Combinação de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade, sendo o subtipo mais comum

Estima-se que de 3% a 5% das crianças tenham o transtorno, que passou a ser identificado com mais precisão e frequência há poucos anos. Justamente por isso, ainda persistem questionamentos sobre a existência do TDAH, embora ele seja reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e tenha sido estudado em diversas pesquisas em muitos países.

Lembre-se sempre da importância de não se autodiagnosticar, pois isso não só incorre em riscos para quem recebe tal diagnóstico, mas também no que tange a prejuízos no tratamento. Então, procure buscar auxílio médico especializado, sobretudo com psiquiatras ou neurologistas.

Já a dislexia é associada a problemas neurobiológicos. Isso significa que a dificuldade na leitura, escrita, compreensão de textos e até mesmo na fala tem origem em fatores genéticos, neurológicos e neurocognitivos.

No entanto, um recente estudo publicado na revista inglesa Proceedings of the Royal Society B sugere que a causa da dislexia poderia estar em problemas oculares. A pesquisa detectou que o grupo que possui o transtorno tem diferenças na forma e nos mecanismos de células oculares receptoras de luz.

Enquanto as pessoas não disléxicas possuem células receptoras de luz assimétricas nos dois olhos, nos indivíduos com dislexia essas células são simétricas.

O transtorno acontece porque, normalmente, o cérebro sempre tem um olho dominante, que é utilizado ao se ler uma palavra, ao passo que o outro olho ajuda a fazer o reconhecimento. Nas pessoas disléxicas, os dois olhos são dominantes e isso seria o motivo da confusão no momento de identificar letras e palavras.

Dessa forma, os pesquisadores acreditam que o diagnóstico da dislexia, tanto em crianças quanto em adultos, terá a possibilidade de ser realizado a partir da observação dos olhos no futuro.

Problemas visuais que afetam a aprendizagem

Os problemas visuais são capazes de impactar diretamente a aprendizagem de crianças na escola, pois a maior parte da informação é recebida visualmente. A seguir, descubra os principais problemas visuais que prejudicam o desempenho escolar:

Problemas Refrativos

São os mais comuns e, muitas vezes, não diagnosticados logo no início da vida escolar.

Miopia (dificuldade de enxergar de longe)

A miopia ocorre quando a criança tem dificuldade de ver o que está no quadro ou reconhecer objetos a distância.

Hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto)

A hipermetropia causa cansaço ao ler ou escrever, dores de cabeça e desatenção.

Astigmatismo (visão embaçada para perto e longe)

O astigmatismo prejudica a nitidez das letras e imagens, o que é capaz de dificultar a leitura e a escrita.

Estrabismo (desalinhamento dos olhos)

O estrabismo é capaz de causar visão dupla ou dificuldade de concentração, prejudica a leitura e a noção de profundidade.

Ambliopia (olho preguiçoso)

Um dos olhos tem visão reduzida por falta de estímulo visual adequado na infância. Isso afeta o desenvolvimento da percepção visual e pode passar despercebido.

Problemas de Coordenação Visomotora

Dificuldade em coordenar o que os olhos veem com os movimentos das mãos interfere em atividades como escrever, copiar do quadro, desenhar e até praticar esportes.

Problemas de Percepção Visual

Mesmo com acuidade visual normal, a criança demonstra dificuldade de identificar formas e letras semelhantes, rastrear linhas de leitura e organizar informações visualmente.

Outras Condições Relacionadas

Dislexia visual (controversa e pouco aceita como termo clínico)

Algumas crianças apresentam dificuldades visuais associadas à leitura, como confundir letras.

Fadiga ocular

Fadiga ocular por uso excessivo de telas ou luz inadequada.

Sinais de alerta: quando procurar um oftalmologista?

As indicações da necessidade de levar os filhos em idade escolar para consultar com um oftalmologista, especialista em olhos, ocorrem depois de observar algumas situações recorrentes e/ou combinadas. Confira os sinais de alerta para pais e professores:

  • A criança se aproxima demais do caderno ou da TV
  • Tem desempenho escolar abaixo do esperado sem causa aparente
  • Queixa-se de dor de cabeça ou cansaço visual
  • Esfrega os olhos com frequência
  • Perde a linha durante a leitura
  • Evita tarefas que envolvam leitura ou escrita

Um exame oftalmológico completo (não apenas o teste de acuidade visual) é essencial para detectar esses problemas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado (óculos, terapia visual, cirurgia em alguns casos) podem melhorar significativamente o aprendizado e a qualidade de vida da criança.

Tecnologias e recursos para apoiar crianças com dificuldades visuais

Qualquer tratamento que otimize a visão funcional, atenção visual e integração sensorial contribui diretamente para o sucesso escolar da criança.

Os tratamentos que otimizam a aprendizagem em alunos com dificuldades visuais vão muito além de simplesmente usar óculos. As medidas envolvem uma abordagem multidisciplinar que atua sobre a causa do problema, melhora as funções visuais e consequentemente, favorece o rendimento nas aulas.

Conheça os principais tratamentos e estratégias:

Correção com óculos ou lentes

Com a graduação correta e que sejam usados conforme a orientação médica.

Indicado para: miopia, hipermetropia, astigmatismo.

Benefícios: melhora imediata da nitidez visual, permitindo que a criança acompanhe melhor as aulas e atividades escolares.

Terapia visual (ou treinamento visual)

Conjunto de exercícios guiados por um oftalmologista ou optometrista especializado.

Indicado para: ambliopia (“olho preguiçoso”), disfunções de convergência, acomodação e habilidades perceptuais visuais.

Benefícios: Melhora a coordenação entre os olhos, aumenta a resistência visual para leitura prolongada, desenvolve percepção visual e atenção visual (fundamentais para leitura, escrita e matemática).

Correção cirúrgica (casos selecionados)

Indicado para: estrabismo persistente ou ambliopia resistente.

Benefícios: alinha os olhos, melhora a estética, autoestima e a fusão binocular (capacidade de usar os dois olhos juntos).

Reabilitação neurovisual e psicopedagógica

  • Estímulos visuais organizados
  • Treinamento de habilidades visuais espaciais, coordenação olho-mão
  • Apoio psicopedagógico para resgatar o interesse e a confiança no aprendizado

Indicado para: casos associados a distúrbios neurológicos (paralisia cerebral, TDAH, autismo) ou dificuldades de percepção visual.

Adaptações escolares

Importantes mesmo durante o tratamento clínico.

  • Assento próximo ao quadro
  • Aumento da fonte em textos impressos
  • Uso de lupas, cadernos com pauta ampliada ou tablet com zoom
  • Permissão para pausas regulares em tarefas visuais longas

Acompanhamento multiprofissional

  • Oftalmologista pediátrico: diagnóstico e tratamento clínico especializado
  • Optometrista: terapias visuais funcionais
  • Psicopedagogo: estratégias cognitivas e de reforço escolar
  • Terapeuta ocupacional: desenvolvimento da coordenação motora e visual
  • Fonoaudiólogo: em casos com prejuízos na leitura ou linguagem

Uso de tecnologias assistivas

  • Softwares que leem texto em voz alta
  • Aplicativos com alto contraste ou foco ajustável
  • Lousas digitais e audiolivros

Em casos de dúvidas, a conduta mais segura é consultar o especialista na área para ter a garantia de um acompanhamento médico de qualidade. Encontre um profissional de confiança perto de você!

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Manual MSD – Distúrbios de aprendizagem

World Economic Forum – Explainer: What is neurodivergence? Here’s what you need to know

Optometrists Network – 11 Key Signs of Learning Difficulties From Vision Problems

NHS – What is neurodiversity?

National Library of Medicine – Attention Deficit Hyperactivity Disorder

American Optometric Association – Vision-related learning problems

Cleveland Clinic – Dyspraxia

Dificuldade de aprendizagemDesempenho escolarDéficit de atençãodéficit de aprendizagemtranstorno de aprendizagem

vale saúde sempre assinatura post

Escrito por Vale Saúde

A Vale Saúde é uma marca Vivo e oferece serviço de assinaturas com descontos e preços acessíveis para você cuidar melhor da sua saúde.

Tire suas dúvidas sobre a Vale Saúde na nossa central de ajuda
Vale Saúde - Logomarca
Vivo - Logomarca

A Vale Saúde não é um plano de saúde.

*Valores de referência em SP Capital, podem variar dependendo do prestador e região do país, mas o valor preciso será informado na solicitação de orçamento e agendamento. Os serviços de saúde são de inteira responsabilidade dos prestadores, sendo a Vale Saúde apenas meio de pagamento e plataforma que conecta o usuário com a rede credenciada.

Valores sujeitos a alteração sem aviso prévio.

Copyright © 2025 Vale Saúde. Todos os direitos reservados.