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Doppler Transcraniano

Exame avalia o fluxo sanguíneo cerebral por meio de ultrassom

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O que é o doppler transcraniano?

Desde 1960, a Medicina utiliza a técnica de ultrassom para estudar a circulação sanguínea de fetos no útero em diversas situações clínicas. Entretanto, não se tinha o conhecimento de que as ondas de ultrassom conseguiriam atravessar a calota craniana. O doppler transcraniano começou a ser utilizado a partir de 1982 e, com isso, iniciou-se um movimento de explorar o uso do ultrassom para o diagnóstico e acompanhamento de doenças neurológicas.

O exame de doppler transcraniano tem o objetivo de analisar o fluxo sanguíneo das grandes artérias cerebrais. É um exame indolor, não invasivo e não requer uso de anestesia ou sedação, além de poder ser realizado quantas vezes o especialista julgar necessário, sem riscos de expor o paciente a radiação.

Pensando na importância do sistema nervoso central, a aplicação do doppler transcraniano é muito relevante para detectar a presença de doenças cerebrais e cardíacas. O procedimento é indicado para avaliar o fluxo sanguíneo no cérebro de maneira rápida e é especialmente aplicável em casos de AVC, auxiliando no diagnóstico de quadros isquêmicos e hemorrágicos. Assim, é possível determinar a melhor abordagem para tratamento do paciente.

Em alguns casos, o doppler transcraniano é utilizado para monitorar o fluxo de sangue em tempo real durante procedimentos cirúrgicos, para garantir o suprimento sanguíneo no cérebro. Além disso, também é usado para investigar alterações em pacientes com demência, como na doença de Alzheimer. Essa técnica ajuda em diferentes diagnósticos e na compreensão de mudanças cerebrais associadas a essas condições.

Para que serve o exame? O que ele detecta?

Como o teste examina e registra a velocidade do fluxo sanguíneo nas artérias que fazem parte do Círculo de Willlis (círculo de artérias que suprem o cérebro, localizadas em sua base), ele facilita o diagnóstico de condições que afetam essa parte do corpo, como:

  • Hemorragia subaracnóidea (sangramento entre o cérebro e o tecido que o cobre)
  • Ataque isquêmico transitório (também conhecido como “mini AVC”)
  • Anemia falciforme
  • Embolia
  • Acidente vascular cerebral (AVC)
  • Parada circulatória cerebral (interrupção abrupta das funções circulatória, respiratória e cerebral)

O melhor exemplo da utilização do doppler transcraniano é em casos de AVC. Em um quadro de AVC Isquêmico, o procedimento avalia a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral em uma área específica do órgão, tornando possível para o médico prever um novo evento ou complicações.

Já no AVC hemorrágico, esse exame mostra o aumento súbito no fluxo de sangue devido ao sangramento no cérebro. Visualizar essas alterações no padrão de circulação sanguínea é importante para um diagnóstico e tratamento assertivos.

Quando o doppler transcraniano é indicado?

Esse exame costuma ser indicado por neurologistas, quando o especialista julga necessário realizar uma verificação da estrutura vascular do paciente, com base nos sintomas apresentados, para investigar a presença de doenças cerebrovasculares ou para acompanhar condições pré-existentes.

Geralmente, ele é solicitado em situações clínicas como:

Como é feito esse exame?

O doppler transcraniano é realizado com a pessoa sentada ou deitada na maca, com pacientes internados pode ser feito no próprio leito ou mesmo na cadeira de rodas, já que o aparelho utilizado no procedimento é portátil.

O médico especialista que irá conduzir o exame geralmente se posiciona atrás da cabeça do paciente e, com o auxílio de um sensor que transmite as ondas sonoras ultrassônicas e as traduz para o computador, avalia as artérias e veias presentes nessa região, buscando visualizar sinais de alteração no fluxo sanguíneo cerebral.

Depois, é feito um laudo técnico com detalhes para o médico solicitante do exame. O doppler transcraniano costuma durar entre 40 e 90 minutos.

Qual é o preparo para o doppler transcraniano?

Como o doppler transcraniano é basicamente uma ultrassonografia do cérebro, não é exigido nenhum preparo prévio ou jejum para sua realização. Existem apenas algumas recomendações, que incluem:

  • Estar bem alimentado
  • Prender os cabelos
  • Retirar lentes de contato, brincos e acessórios metálicos no dia do procedimento

Além disso, é importante evitar o consumo de cafeína e tabaco antes do exame, já que essas substâncias são capazes de afetar a dilatação das artérias e o fluxo sanguíneo. Se houver a necessidade de algum outro preparo específico, dependendo do caso do paciente, o médico responsável irá comunicar as orientações.

Quais são as limitações do exame?

Apesar do doppler transcranino ser um exame excelente para guiar o raciocínio médico até um diagnóstico, ele possui algumas limitações. São elas:

  • Acesso restringido a certas áreas do cérebro: devido as estruturas ósseas cranianas, o acesso do feixe de ultrassom pode ser bloqueado, tornando difícil a visualização de algumas regiões. Isso acontece também quando o paciente possui deformidades cranianas, dificultando a obtenção de imagens de alta qualidade.
  • Alcance limitado de profundidade: o crânio e o tecido cerebral possuem densidades diferentes, o que é capaz de dificultar a obtenção de imagens claras e precisas de vasos localizados mais profundamente no cérebro.
  • Movimentos involuntários do paciente: é possível que a qualidade das imagens do exame seja afetada pelo movimento dos olhos ou a pela posição da cabeça do paciente. Essa situação fica ainda mais comprometedora com vítimas de trauma, pacientes agitados e com limitação cognitiva.
  • Não fornece a causa da alteração no fluxo sanguíneo cerebral.

Tendo em vista essas limitações, a habilidade da pessoa que está conduzindo o exame é muito importante para que os resultados sejam bem interpretados. Além disso, o médico responsável deverá avaliar a possibilidade de complementar o doppler transcraniano com outros exames, como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética para conseguir um diagnóstico preciso.

Quanto custa o doppler transcraniano?

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