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Síndrome dos ovários policísticos

Doença pode causar irregularidade menstrual, obesidade, acne e até infertilidade

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O que é a síndrome dos ovários policísticos?

A síndrome dos ovários policísticos (também conhecida pela sigla SOP) é um distúrbio hormonal comum entre as mulheres, que ocorre por uma alteração nos níveis hormonais do organismo, com maior produção de hormônios masculinos, como a testosterona. Essa alteração leva ao surgimento de cistos nos ovários.

Os ovários são dois órgãos localizados em cada lado do útero. Além de serem responsáveis pela produção de hormônios sexuais femininos importantes, como a progesterona e o estrógeno, eles também abrigam os óvulos que as mulheres carregam desde a formação embrionária.

Ter cistos nos ovários é uma condição bem comum, e estima-se que uma entre três mulheres vai desenvolver essa situação em algum momento da vida. Os cistos são pequenas bolsas cheias de líquidos ou materiais sólidos ou semissólidos e, na maioria das vezes, são benignos e não estão relacionados a nenhum tipo de doença.

A diferença de ter cistos nos ovários para a síndrome dos ovários policísticos está no tamanho e na quantidade de cistos que a mulher apresenta. No caso da SOP, costumam ser 10 a 20 cistos pequenos, que medem cerca de 0,5 centímetro de diâmetro, enquanto um cisto único pode medir entre 3 e 10 centímetros.

Quais são os principais sintomas?

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a síndrome dos ovários policísticos atinge entre 5% e 21% das mulheres em idade reprodutiva. No geral, as pacientes apresentam sintomas como:

  • Ciclo menstrual irregular (poucas menstruações ao ano, ausência de menstruação ou fluxos intensos)
  • Acne e pele oleosa
  • Excesso de pelos faciais e corporais
  • Obesidade
  • Queda de cabelo
  • Depressão
  • Infertilidade

Pacientes com SOP também podem ter complicações na saúde, como:

Além disso, é importante destacar que a síndrome dos ovários policísticos é considerada uma das principais causas de infertilidade entre as mulheres brasileiras.

O que causa a síndrome dos ovários policísticos?

Ainda não se sabe exatamente o que leva ao surgimento da síndrome. Atualmente, acredita-se que a condição seja genética e esteja relacionada à resistência da ação da insulina no corpo, o que provocaria o desequilíbrio hormonal característico da doença.

Também são fatores de risco para a doença:

  • Excesso de insulina no organismo
  • Histórico de casos de SOP na família
  • Baixo peso ao nascer
  • Aparecimento dos pelos pubianos logo no início da puberdade

Dessa forma, a síndrome dos ovários policísticos é considerada multigênica, ou seja, há uma disposição genética que interage com fatores ambientes e leva ao surgimento do distúrbio.

Como é feito do diagnóstico?

O diagnóstico deve ser feito por um médico ginecologista, que irá ouvir os relatos e o histórico da paciente e, então, solicitar exames laboratoriais e de imagem.

O ultrassom ginecológico consegue identificar a presença dos cistos na superfície dos ovários e é o exame mais indicado para diagnosticar o distúrbio. Se a paciente já tiver tido relações sexuais com penetração, o médico dará preferência ao ultrassom transvaginal.

Também podem ser prescritos exames de sangue para medir os níveis de hormônios como testosterona, estrogênio, folículo estimulante (FSH), luteinizante (LH), tireoide e prolactina, que são capazes, ainda, de descartar outras doenças endócrinas.

A síndrome dos ovários policísticos tem cura? Como é feito o tratamento?

Ainda não foi encontrada a cura para a síndrome dos ovários policísticos, que é considerada, portanto, um distúrbio crônico. Dessa forma, o tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas e evitar as possíveis complicações da doença.

A melhor maneira de tratar a condição vai depender dos sintomas apresentados por cada mulher e das suas intenções ou não de engravidar. No geral, é comum que o médico prescreva:

  • Pílulas anticoncepcionais: Se a mulher não deseja engravidar, uma opção comum de tratamento são as pílulas anticoncepcionais, que conseguem melhorar sintomas como acne, excesso de pelos e irregularidades no ciclo menstrual
  • Indução da ovulação: Em mulheres que desejam engravidar, o médico pode prescrever tratamentos que induzem a ovulação e combatem a infertilidade
  • Medicamentos para diabetes: Como muitas mulheres com a síndrome apresentam resistência à insulina, é possível oferecer um tratamento por meio de remédios para diabetes
  • Atividade física e dietas: Como as pacientes podem engordar com maior facilidade, é importante que elas façam exercícios físicos diariamente e sigam uma alimentação saudável. A perda de peso favorece a queda de hormônios masculinos no organismo Além disso, é essencial que a paciente de SOP seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar, que pode contar com:
  • Endocrinologistas: Para lidar com as questões hormonais e metabólicas
  • Nutricionistas: Para oferecer dietas saudáveis e individualizadas, de acordo com cada situação
  • Dermatologistas: Para tratar a acne e a queda de cabelo, por exemplo
  • Psicólogos e psiquiatras: Para auxiliar e tratar mulheres que apresentam quadros de depressão

Há como prevenir a síndrome dos ovários policísticos?

Infelizmente, não há uma maneira de prevenir essa doença. Porém, existem caminhos para que a mulher consiga começar a lidar com o distúrbio, com objetivo de diminuir os seus impactos no dia a dia e aumentar a qualidade de vida.

Por isso, é recomendado:

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