O que é progesterona e como ela atua no corpo feminino?
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Hormônio sexual tem papel essencial ao preparar o útero das mulheres para uma gestação
O que é progesterona?
A progesterona é um hormônio esteroide natural produzido principalmente pelos ovários, mais especificamente pelo corpo lúteo, que se forma após a ovulação.
Durante a gestação, a placenta também passa a produzir grandes quantidades desse hormônio para sustentar o desenvolvimento do bebê. Em menores porcentagens, a progesterona é produzida pelas glândulas suprarrenais, presentes acima dos rins.
Esse hormônio pertence ao grupo dos progestagênios e atua em conjunto com o estrogênio, outro hormônio feminino essencial. Enquanto o estrogênio é responsável por estimular o crescimento do endométrio (camada interna do útero) durante a primeira metade do ciclo menstrual, a progesterona prepara esse mesmo endométrio para receber um possível embrião, tornando o ambiente uterino favorável à gestação.
Além das funções gestacionais, a progesterona também influencia o humor, o sono, o metabolismo e até a saúde da pele. Nesse conteúdo, vamos explicar melhor a atuação desse hormônio e a importância dele em diferentes fases da vida da mulher. Confira!
Qual é a função da progesterona no corpo feminino?
A progesterona tem diversas funções vitais para o equilíbrio hormonal e reprodutivo da mulher. Entre as principais estão:
- Regulação do ciclo menstrual: controla a segunda metade do ciclo (fase lútea), equilibrando os efeitos do estrogênio e preparando o corpo para uma possível gravidez
- Preparação do útero para a gestação: torna o endométrio mais espesso e vascularizado, ideal para a fixação do embrião
- Manutenção da gravidez: impede contrações uterinas precoces e mantém o ambiente propício para o desenvolvimento fetal
- Influência sobre as mamas: estimula o crescimento das glândulas mamárias, preparando o corpo para a amamentação
- Ação no sistema nervoso: tem efeito calmante e estabilizador do humor, pois ajuda na produção de GABA, um neurotransmissor responsável por reduzir a ansiedade e promover o sono
Além disso, a progesterona também exerce efeitos metabólicos, ajudando a regular os níveis de açúcar no sangue e contribuindo para a hidratação do organismo e o equilíbrio da temperatura corporal.
Como a progesterona atua no ciclo menstrual?
O ciclo menstrual é dividido em duas fases principais: a folicular (antes da ovulação) e a lútea (após a ovulação). É na fase lútea que a progesterona se torna protagonista.
Depois que ocorre a liberação do óvulo, o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, que começa a produzir grandes quantidades de progesterona. Essa elevação do hormônio tem o objetivo de preparar o útero para uma possível gravidez, deixando o endométrio mais espesso e rico em nutrientes.
Se ocorrer a fecundação, a progesterona continua sendo produzida, garantindo que o útero permaneça estável e pronto para sustentar o embrião. Caso não haja fecundação, o corpo lúteo se desintegra, os níveis de progesterona caem e o endométrio se desprende, dando origem à menstruação.
Esse ciclo é fundamental para a fertilidade e para o equilíbrio hormonal. Quando há baixa produção de progesterona, o ciclo menstrual pode se tornar irregular, com períodos mais longos ou mais curtos, além de aumentar o risco de síndrome pré-menstrual (TPM) intensa e dificuldade para engravidar.
Progesterona na gravidez: por que ela é essencial?
Durante a gravidez, a progesterona assume um papel ainda mais importante. Logo após a fecundação, o corpo lúteo continua produzindo o hormônio até que a placenta assuma essa função, o que ocorre por volta da 10ª a 12ª semana de gestação.
A progesterona é responsável por manter o útero em estado de relaxamento, evitando contrações precoces capazes de levar a um aborto espontâneo. Ela também modifica o revestimento uterino, tornando-o adequado para sustentar o embrião e auxiliar na formação da placenta.
Além disso, o hormônio contribui para o desenvolvimento das mamas, preparando-as para a amamentação, e atua no sistema imunológico materno, impedindo que o corpo da mulher rejeite o feto.
Quando os níveis de progesterona estão muito baixos durante a gestação, o risco de complicações como parto prematuro ou abortamento espontâneo aumenta significativamente.
Por isso, em alguns casos, médicos indicam a suplementação do hormônio, seja em comprimidos, injeções ou gel vaginal, sempre com acompanhamento adequado.
Causas e sintomas de níveis alterados de progesterona
Os níveis de progesterona variam ao longo do ciclo menstrual, mas quando há desequilíbrio persistente, sintomas incômodos podem surgir.
Tanto a deficiência quanto o excesso do hormônio causam efeitos perceptíveis no corpo, como falaremos abaixo.
Sintomas de progesterona baixa
- Irregularidades menstruais
- Fluxo intenso ou menstruação ausente
- Dificuldade para engravidar
- TPM acentuada
- Alterações de humor e ansiedade
- Insônia ou sono leve
- Retenção de líquidos e ganho de peso
- Queda de cabelo e pele mais oleosa
Sintomas de progesterona alta
Embora menos comum, o excesso de progesterona é capaz de causar:
- Fadiga constante
- Inchaço e sensibilidade nas mamas
- Sonolência e tontura
- Alterações de apetite
Causas da variação nos níveis de progesterona
- Estresse crônico (que reduz a produção hormonal nos ovários)
- Uso prolongado de anticoncepcionais hormonais
- Distúrbios da tireoide
- Menopausa e perimenopausa
Exame de progesterona: como é feito e o que indica
O exame de dosagem de progesterona no sangue é o método utilizado para avaliar os níveis do hormônio e entender se estão dentro da faixa normal para cada fase do ciclo menstrual.
O teste deve ser feito preferencialmente na segunda metade do ciclo (fase lútea), cerca de sete dias após a ovulação, quando os níveis de progesterona estão mais altos. Em mulheres grávidas, o exame pode ser solicitado para avaliar a saúde da gestação.
Os valores de referência variam conforme a fase do ciclo e o laboratório, mas geralmente são:
- Fase folicular: até 1 ng/mL
- Fase lútea: entre 5 e 20 ng/mL
- Gravidez: acima de 10 ng/mL
Resultados fora desses padrões costumam indicar falha na ovulação, problemas ovarianos, gravidez de risco ou distúrbios hormonais.
A interpretação deve ser feita por um ginecologista, que pode solicitar exames complementares e definir o tratamento adequado.
Progesterona na menopausa e a importância da reposição hormonal
Durante a menopausa, a produção natural de progesterona cai de forma significativa, já que a mulher deixa de ovular. Essa queda hormonal está diretamente relacionada a sintomas como:
- Ondas de calor e suores noturnos
- Insônia e irritabilidade
- Diminuição da libido
- Ressecamento vaginal
- Alterações de humor e ansiedade
A falta de progesterona também aumenta o risco de osteoporose, doenças cardiovasculares e alterações metabólicas.
Para aliviar esses sintomas e restaurar o equilíbrio hormonal, é indicado realizar a terapia de reposição hormonal (TRH). O tratamento pode incluir progesterona natural (bioidêntica) ou progestagênios sintéticos, dependendo da necessidade e das recomendações médicas.
A reposição deve sempre ser feita com acompanhamento ginecológico, pois o uso inadequado de hormônios traz riscos como aumento da pressão arterial ou alterações no fígado. O profissional avalia o histórico da paciente, solicita exames e ajusta a dose de forma personalizada.
Além da menopausa, os sintomas de desequilíbrio desse hormônio, citados ao longo deste conteúdo, também devem ser analisadas por um ginecologista. Afinal, cuidar da progesterona é cuidar de toda a saúde da mulher, garantindo equilíbrio, qualidade de vida e longevidade com mais vitalidade.
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Referências
Cleveland Clinic – Progesterone

Escrito por Vale Saúde
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