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O que é a córnea: para que serve, transplante, cuidados com a visão

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Localizada na parte anterior do globo ocular, superfície transparente compõe parte fibrosa do olho

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O que é a córnea do olho e qual a sua função?

Qualquer alteração no formato ou na transparência da córnea é capaz de comprometer seriamente a nossa visão. Localizada na parede frontal do globo ocular, ela compõe, juntamente com a esclera, a parte fibrosa do olho. 

Transparente, a córnea funciona como uma espécie de lente sobre a íris (parte colorida do olho), focando a luz da pupila na direção da retina. Além de proteger a estrutura, desempenha papel fundamental na formação da visão, permitindo enxergar com nitidez. 

Nossos olhos são órgãos extremamente sensíveis e, por isso, a exposição a alguns fatores consegue ser intensamente agressiva para eles, ocasionando problemas oculares, como as doenças da córnea. 

Se a córnea se tornar opaca, por enfermidades hereditárias, lesões, infecções, queimaduras por substâncias químicas, enfermidades congênitas ou outras causas, a visão ficará bastante prejudicada, havendo a necessidade de um transplante. 

Neste artigo, vamos conhecer melhor a estrutura ocular e como cuidar deste que é um dos nossos sentidos fundamentais, a visão. A maior parte das informações capturadas em nosso cérebro é por meio de nossos olhos.   

Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto! 

Como é a anatomia do olho?

O globo ocular está dentro de uma cavidade óssea chamada órbita, recoberta por tecido gorduroso que funciona como almofada para atenuar o impacto provocado por certos tipos de traumas. 

O olho é constituído por três camadas. A externa é a camada protetora da qual fazem parte a córnea e a esclera. A média é uma camada vascular que compreende a íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna, ou nervosa, é formada pela retina. 

A córnea é uma estrutura transparente, a mais superficial de todas. Ela atua como uma lente com grande poder de refração para focalizar os objetos, a fim de que se forme uma imagem nítida na retina 

Quando se faz um transplante, por exemplo, retira-se apenas o botão central (uma pequena circunferência, a mesma sobre a qual se fixam as lentes de contato), que é substituído pela córnea saudável do doador. 

Conhecida também como branco do olho, a esclera é a camada em que os músculos estão inseridos, responsáveis pelos movimentos do globo ocular. 

Atrás da córnea está a íris, a parte colorida do olho. Bem no centro dela, há um orifício (a pupila ou “menina dos olhos”), encarregado de controlar a intensidade da luz. 

Quais são as camadas que compõem a córnea?

A córnea possui cinco camadas: 

  • Epitélio: primeira camada, tem nervos superficiais que atuam na proteção do olho e capacidade de regeneração 
  • Membrana de Bowman: muito resistente e que serve de barreira contra micro-organismos 
  • Estroma: parte mais espessa da córnea, ocupa 90% da sua espessura 
  • Membrana de Descernet: resistente à penetração de micro-organismos, fica mais espessa com a idade 
  • Endotélio: camada mais interna da córnea, que serve para hidratá-la e manter a transparência 

Alterações no formato e na transparência da córnea conseguem impactar seriamente a visão.  

Quais são as doenças relacionadas à córnea?

As principais condições oftalmológicas relacionadas com esta parte do olho são: 

  • Córnea opaca (problema caracterizado pela perda de transparência da superfície)  
  • Ceratocone (a córnea fica mais fina e desenvolve a forma de cone irregular) 
  • Ceratite (inflamação da córnea) 
  • Úlcera da córnea (ferida aberta, gravíssima) 
  • Pterígio (crescimento fibrovascular da conjuntiva sobre a córnea) 
  • Leucoma (opacificação densa da córnea após cicatrizes) 
  • Edema corneano (acúmulo de líquido) 
  • Herpes ocular 
  • Degeneração marginal pelúcida (afinamento periférico da córnea, semelhante ao ceratocone, mas com padrão diferenciado) 
  • Degeneração salina, em anel de Fleischer, arco senil (alterações estruturais ligadas ao depósito de substâncias ou à idade) 
  • Cicatrizes corneanas (resultam de traumas, queimaduras químicas ou infecções antigas) 
  • Erosão corneana recorrente (dificuldade de cicatrização após lesão, causando dor e visão borrada) 

Atualmente, há tecnologias e procedimentos capazes de reparar ou estabilizar essas ocorrências, desde colírios até transplante. No entanto, o melhor tratamento é sempre a prevenção, fazendo exames regulares com seu oftalmologista de confiança.  

O ideal é não esperar os sintomas se manifestarem para, daí, procurar ajuda profissional.  

A recomendação é de que, no mínimo, a cada 12 meses, pessoas de todas as idades (mas especialmente após os 40 anos) passem por uma consulta oftalmológica para fazer o acompanhamento da saúde ocular. 

Como saber se há problemas na córnea?

Um exame oftalmológico de rotina em consultório é capaz de detectar muitas anormalidades da córnea antes que os sintomas apareçam. Os especialistas recomendam que os testes sejam realizados anualmente para detectar precocemente as condições oculares e iniciar o tratamento o mais rápido possível. 

Se você estiver enfrentando algum dos seguintes sintomas, procure um oftalmologista: 

  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) 
  • Ardência nos olhos 
  • Lesão no olho, incluindo queimaduras químicas 
  • Perda visual 
  • Visão borrada ou turva 
  • Dor intensa no olho 
  • Sensação de areia e/ou de corpo estranho no olho 
  • Vermelhidão no olho que não some 
  • Produção exagerada de lágrimas 
  • Pus ou remela no olho 
  • Mancha branca na superfície do olho 
  • Inchaço das pálpebras 
  • Dificuldade em abrir os olhos 
  • Halos ou reflexos ao redor das luzes  

A córnea não tem vasos sanguíneos, ela depende da lágrima e do humor aquoso (líquido transparente que preenche a parte frontal do olho, entre ela e a íris) para nutrição. Por isso, sintomas como ressecamento (xeroftalmia), dor e visão embaçada aparecem até em condições sistêmicas, como a síndrome de Sjögren (doença autoimune crônica em que o sistema imunológico ataca as glândulas de produção de lágrimas e saliva). 

Quais são os exames para a córnea?

A avaliação da córnea é feita principalmente pelos exames:  

  • Exame oftalmológico completo 
  • Topografia ou ceratoscopia (mapa tridimensional digital da superfície da córnea) 
  • Exame de campo visual ou Campimetria Ocular 
  • Biomicroscopia com lâmpada de fenda (para visualizar a córnea ampliada e verificar a presença de lesões) 
  • Teste de coloração com fluoresceína (para identificar úlceras) 
  • Cultura ou raspado (médico coleta uma amostra de tecido ou secreção para análise no laboratório) 
  • Tomografia corneana (ex.: Pentacam, Orbscan): avalia curvatura, espessura (paquimetria) e elevação da córnea em 3D, mais detalhadamente que a topografia 
  • Paquimetria corneana (ultrassônica ou óptica): mede a espessura da córnea 
  • Microscopia especular: avalia a saúde do endotélio corneano (camada interna responsável pela transparência) 

Quando é necessário e como é feito o transplante de córnea?

Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de cirurgia é indicado quando existe a perda da integridade da córnea, a fim de melhorar a visão, ou corrigir defeitos oculares que ponham em risco a anatomia ou a função do olho.  

Há diversos problemas que afetam a córnea, como o ceratocone, úlceras, infecções, traumas, cirurgias intraoculares, distrofias, degenerações, alergias e outras condições médicas, podendo levar a uma visão bastante prejudicada. 

Na maioria das vezes, existem tratamentos específicos que recuperam a córnea, mas quando isso não for suficiente, será necessário realizar um transplante, que representa a única chance de voltar a enxergar. 

A opção por operar deve ser do oftalmologista, após uma avaliação detalhada dos olhos, sendo normalmente recomendada quando é verificada alteração na curvatura, transparência ou regularidade da córnea. 

O transplante é um procedimento complexo e delicado, que envolve a retirada da córnea doente e a substituição pela saudável, sendo costurada com fio de náilon. Com anestesia local ou parcial, o procedimento tem duração média de 60 minutos.  

Com a evolução dos tipos de transplante de córnea a recuperação visual tem se tornado cada vez mais rápida. 

Como cuidar da visão?

Cerca de 1 bilhão de pessoas têm algum problema de visão que poderia ter sido evitado ou que precisa de tratamento correto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Os principais são a catarata e os erros de refração não corrigidos. Crianças também estão passíveis de sofrer com a falta de visão, o que impacta até no rendimento escolar 

Para evitar danos, é essencial fazer consultas periódicas, ficar atento a alterações dos olhos e tomar alguns cuidados básicos diários. Confira quais são: 

Não coçar os olhos

Levar as mãos aos olhos consegue ser uma via de infecção. Essa é uma das formas mais comuns de transmissão de doenças oftalmológicas infecciosas. Bactérias e vírus causadores de doenças, como a conjuntivite, chegam aos olhos a partir do toque das mãos. 

Além disso, dependendo da intensidade e da força, é possível piorar casos de ceratocone, doença que afeta a curvatura da córnea e que é capaz de levar à perda visual 

Essa estrutura transparente, que cobre a parte da frente do olho, tem formato curvo, e algumas pessoas nascem com uma predisposição a uma curvatura mais acentuada. Ao manipular excessivamente essa região, pode-se acentuar essa deformação. 

Cuidar da higiene

Pálpebras e cílios são regiões que contêm dobras e pelos, o que facilita o acúmulo de sujeira, restos de maquiagem, entre outros elementos que contenham microrganismos prejudiciais à saúde dos olhos, capazes de causar infecções 

Uma dica é diluir xampu neutro infantil na água morna durante o banho e limpar delicadamente essa região pelo menos uma vez ao dia.
 

Usar lentes de contato corretamente

As lentes de contato evoluíram muito em relação a conforto e qualidade óptica, ajudando a diminuir a dependência de óculos e proporcionando mais liberdade para atividades como esportes. Mas seu uso deve ser cuidadoso, observando o protocolo de limpeza e descarte. 

As lentes existentes no mercado normalmente duram um dia, 15 dias ou 30 dias. Esse prazo de descarte deve ser seguido rigorosamente para evitar a infecção da córnea, um quadro potencialmente muito grave que pode causar úlcera no local e cegueira irreversível. 

Também é indicado seguir rigorosamente as instruções sobre higiene orientadas pelo médico, usando apenas o produto adequado para limpeza e conservação das lentes (nunca água ou soro fisiológico, por exemplo), manipulando sempre com as mãos muito limpas e evitar usá-las ao tomar banho, no mar ou na piscina. A contaminação causa infecções sérias capazes de levar à perda da visão.  

Ter óculos de sol de boa qualidade

Óculos de sol devem ser de boa qualidade, com filtro para raios UV. Se você usar óculos sem essa proteção, a lente escura promoverá a abertura da pupila e mais radiação ultravioleta entrará no olho, predispondo ao aparecimento de problemas como a catarata e até danos à retina 

Por isso, óculos vendidos de forma clandestina são tão perigosos.  

Fazer pausas ao usar telas

O uso de telas deve ser evitado em bebês (até 2 anos). Após essa idade, deve-se usar gradativamente, mas sempre com bom senso.  

Além de arriscar piorar sintomas oculares como olho seco, a tela interfere no desenvolvimento e na interação da criança com o meio. 

Pessoas que trabalham o dia todo no computador devem fazer pequenas pausas, lubrificar os olhos e tentar em alguns momentos focar a visão em objetos distantes 

O uso de colírios lubrificantes consegue aliviar sintomas do olho seco, principalmente em quem fica o dia todo no ar-condicionado e de frente para telas. Mas vale lembrar: apenas o médico oftalmologista é habilitado para prescrever o melhor tipo, dependendo de cada caso.  

Fazer check-ups periódicos

O exame oftalmológico deve ser iniciado já no primeiro ano de vida. Nessa idade, a consulta envolve a aferição do grau e análise das estruturas oculares para avaliar a transparência e até afastar doenças mais graves, como glaucoma e tumores. 

Geralmente, não se prescreve óculos nessa idade, mas é importante saber qual o grau e se os olhos têm simetria. Se o grau de um lado for muito diferente do outro e isso não for detectado, a criança pode desenvolver sequelas por não ter uma estimulação visual adequada.  

A partir daí, o oftalmologista vai indicar a periodicidade das consultas na infância. As sociedades médicas recomendam visitas anuais ao especialista. 

Na idade adulta, o exame envolve basicamente a medida da pressão ocular (que mede o risco de glaucoma), o exame de fundo de olho (para analisar a retina e outras estruturas) e da frente do olho, além da avaliação da motilidade ocular (para investigar estrabismo), exame de refração (para detectar o grau) e curvatura da córnea.  

Atentar-se aos sintomas

Procure o médico sempre que notar alterações na visão, coceira, lacrimejamento, secreção, vermelhidão ou hipersensibilidade à luz. Algumas doenças ou infecções conseguem evoluir rapidamente, comprometendo a visão.  

Outros sintomas, como visualizar clarões ou flashes de luz, mesmo sem dor, às vezes, significam danos irreversíveis, se não forem tratados com urgência.  

Outras manifestações muito importantes de serem avaliadas precocemente são as chamadas “moscas volantes”, pequenas manchas que surgem no campo visual. Elas aparecem normalmente a partir dos 40 anos e podem ser parte do processo normal de envelhecimento devido à mudança na viscosidade do gel que preenche o olho, chamado vítreo.  

Embora não haja uma maneira comprovada de prevenir o ceratocone, evitar esfregar os olhos e tratar quaisquer condições oculares alérgicas ou irritações capazes de causar trauma mecânico excessivo ajuda a reduzir o risco. 

A rede de atendimento da Vale Saúde conta com médicos oftalmologistas e clínicas e laboratórios cadastrados para a realização de exames.  Conheça as nossas assinaturas para manter em dia sua saúde ocular! 

Referências: 

National Eye Institut 

Cleveland Clinic 

MSD Manuals 

Ministério da Saúde 

Sociedade Brasileira de Córnea e Banco de Tecidos 

Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica 

Portal da Sociedade Brasileira de Oftalmologia 

National Library of Medicine 

Agência Brasil 

Secretaria de Saúde do Distrito Federal 

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Escrito por Vale Saúde

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