Maio Roxo: mês é dedicado às doenças intestinais
05 de maio de 2023
Ações querem aumentar o debate público em torno dos problemas que afetam o intestino

Texto atualizado em 24/03/25
Para marcar o World IBD Day (Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, instituído em 19 de maio), diversas entidades de saúde no Brasil promovem a campanha Maio Roxo. Encabeçada principalmente pelas Associações de Pacientes com Doença de Crohn e Colite Ulcerativa ao redor do planeta, o conjunto de ações tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e parlamentares promovendo maior conscientização e melhoria na qualidade de vida dos pacientes com essas condições.
Além das tradicionais e chamativas iluminações de monumentos e locais turísticos e característicos das principais cidades do país na cor roxa, ainda ocorrem simpósios, palestras, caminhadas, distribuição de informativos e outras iniciativas de divulgação para disseminar mais conhecimento sobre as enfermidades.
Reconhecer os sintomas para o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado são fundamentais para proporcionar o bem-estar das pessoas que sofrem com as Doenças Inflamatórias do Intestino (DIIs).
Nos últimos anos, houve um aumento da ocorrência dessas condições na população brasileira, sendo as principais a Doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Vamos entender um pouco mais sobre elas. Continue a leitura!
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Quais são as doenças ou condições abordadas pelo Maio Roxo?
Apesar de serem semelhantes, as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) têm diferenças entre si.
A Doença de Crohn é uma inflamação que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo (desde a boca até o ânus), sendo mais prevalente no intestino delgado (íleo), colón e região perianal.
A condição não é contagiosa, surge tanto em adultos como em crianças. O tabagismo e o histórico familiar estão entre os fatores de risco.
Ao contrário da Doença de Crohn, a retocolite ulcerativa é um tipo de doença inflamatória intestinal que afeta exclusivamente a mucosa (camada mais superficial) do intestino grosso (cólon) e do reto, provocando lesões e vários sintomas. As formas variam de leve a grave.
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Nos casos de Crohn, todas as camadas intestinais (mucosa, submucosa, muscular e serosa) podem ser atingidas pela inflamação, aumentando o risco de complicações como estreitamentos e perfurações intestinais.
Diarreia crônica com presença sangue e muco ou pus, com períodos de melhora e piora, associadas a cólicas abdominais, urgência evacuatória, falta de apetite, fadiga e emagrecimento costumam ser os sintomas mais frequentes.
Em casos mais graves, observam-se ainda anemia, febre, desnutrição e distensão abdominal. Cerca de 15 a 30% dos pacientes com DII podem apresentar manifestações reações fora do sistema digestório, como dor nas articulações, lesões de pele ou oculares.
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Quais são os sinais e sintomas dessas doenças?
Os sintomas estão relacionados com a inflamação progressiva do sistema digestivo. Na colite, eles podem ser menos ou mais intensos de acordo com o tipo desenvolvido. Em termos gerais, o paciente pode apresentar:
- Dor ou cólica abdominal constante ou recorrente
- Dilatação abdominal
- Necessidade constante de evacuar
- Alternância entre períodos de diarreia e prisão de ventre
- Excesso de gases intestinais
- Presença de muco nas fezes
- Fezes com sangue
- Mal-estar com calafrios
- Sudorese
- Febre
- Cansaço excessivo
- Desidratação
- Em alguns casos, presença de feridas na boca
- Perda de apetite
Além disso, em alguns pacientes, podem surgir sintomas não relacionados ao sistema gastrointestinal, como dor nas articulações, inflamação na esclera do olho (uveíte) e alterações na pele.
No caso da Doença de Crohn, além das cólicas, cansaço, perda de apetite e fezes com muco ou sangue, os sinais diferenciados são:
- Diarreia crônica (intensa e persistente)
- Dor na região do estômago
- Vontade repentina para defecar
- Aftas
- Febre persistente entre 37,5º a 38º
- Perda de peso sem razão aparente
- Enfraquecimento por causa da dificuldade para absorver os nutrientes
- Dores articulares
- Inflamação dos olhos
- Sangramento no reto
- Lesões da região anal, incluindo hemorroidas, fissuras, fístulas e abscessos
- Cálculos renais (pedras nos rins) ou na vesícula biliar
Os primeiros sintomas da Síndrome de Crohn podem levar meses ou anos para aparecer, porque depende da extensão da inflamação. Alguns pacientes podem apresentar um ou mais sintomas e não desconfiar de Crohn, já que as reações podem ser confundidas com outras doenças intestinais como colite e Síndrome do Intestino Irritável.
Além disso, os sinais da doença de Crohn normalmente aparecem em fases, chamadas de “crises”, e, depois, tendem a desaparecer completamente, até que um novo período crítico surja.
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Quais as causas e tratamento dos problemas de intestino?
A causa das DIIs ainda não é completamente comprovada. Acredita-se que esteja relacionada a fatores genéticos, imunológicos, ambientais, alimentares ou à alteração da flora intestinal (disbiose intestinal).
Entre os fatores de risco dessas doenças, estão o tabagismo, a idade (mais frequentes em adolescentes e adultos jovens, de 15 a 40 anos) e o histórico familiar de DII em parentes de primeiro grau.
Para confirmar o diagnóstico das Doenças Inflamatórias Intestinais, o proctologista deve avaliar o histórico clínico e solicitar exames laboratoriais, endoscópicos (endoscopia digestiva alta e colonoscopia) com biópsias e exames de imagem (tomografia ou ressonância magnética).
Segundo especialistas, uma análise global do paciente é necessária porque os sintomas das DII são similares aos de doenças comuns, como Síndrome do Intestino Irritável e diarreias infecciosas.
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Apesar de não haver cura para as Doenças Inflamatórias do Intestino (DIIs), o tratamento adequado possibilita a remissão clínica (controle do processo inflamatório e dos sintomas).
O tratamento é feito com medicamentos orais, como anti-inflamatórios e, em quadros mais graves, corticoides e medicamentos injetáveis (terapia biológica).
Já em casos específicos da Doença de Crohn, quando houver sangramento ou perfuração e até lesões anais, o especialista pode dar a indicação clínica para cirurgia de retirada de segmentos do intestino.
Pacientes com DII devem ter uma dieta equilibrada, evitando alimentos gordurosos, como frituras, leite integral e queijo amarelo, principalmente em fases agudas das doenças e depois como forma de manutenção, buscando prevenir novas crises.
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Como posso prevenir essas doenças?
A prevenção de doenças intestinais passa por uma alimentação saudável balanceada e orientada por um nutricionista, para tentar fugir das reações de uma inflamação do tubo digestivo. Manter uma dieta abundante em alimentos leves e reduzir os ricos em gorduras e apimentados contribui para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com essas condições.
Algumas orientações para auxiliar o tratamento são restringir o consumo de alimentos crus e mastigar muito bem as refeições e lanches. É muito importante também aumentar a flora bacteriana ingerindo uma maior quantidade de alimentos probióticos como iogurtes e os leites fermentados, por exemplo.
Outra dica para a dieta é evitar comidas gordurosas de origem animal e incluir mais alimentos ricos em fibra.
A maioria dos doentes, quando entra em remissão, leva uma vida praticamente normal. Não fumar e praticar atividade física regularmente são hábitos que ajudam no controle das crises, além de medidas simples como controlar o peso, evitar situações de estresse, identificar os alimentos que fazem mal e evitar os que podem agravar os sintomas e ter o costume de verificar o aspecto das fezes ao evacuar.
Lembrando que, sempre que houver alterações sem justificativa aparente nos hábitos intestinais, deve-se agendar uma consulta com o médico.
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Escrito por Vale Saúde
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