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Derrame Pleural

Acúmulo de líquido ao redor dos pulmões pode ser causado por uma infecção, câncer ou outros problemas de saúde

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O que é derrame pleural?

O derrame pleural ocorre quando o líquido se acumula entre camadas das pleuras, que são membranas que cobrem a parte externa dos pulmões. Essas membranas são finas e também estão no interior da abertura do tórax, lubrificando e facilitando a respiração.

Em geral, a pleura contém uma quantidade muito pequena de líquido, sendo suficiente apenas para mantê-la lubrificada e evitando o atrito do pulmão com a parte interna do tórax.

O derrame pleural também é chamado popularmente de “água nos pulmões”, porque é algo bastante comum, atingindo 1 milhão de casos no Brasil a cada ano.

Como suas causas são diversas, esse derrame pode ser fruto de uma condição potencialmente perigosa, como também pode ser algo menos preocupante.

Quais as causas do derrame pleural?

Existe uma classificação muito importante que separa os tipos de derrames pleurais em dois grandes grupos, que são baseados na quantidade de proteínas presentes no líquido pleural.

Os casos em que o líquido em excesso apresenta poucas proteínas é chamado de derrame pleural transudativo. Já em situações em que o líquido tem maior quantidade de proteínas, chamamos de derrame pleural exsudativo.

Frequentemente o processo diagnóstico passa por uma punção do derrame pleural e a análise superficial do líquido já consegue separar entre essas duas categorias, auxiliando os profissionais de saúde a chegar ao diagnóstico certo.

Em derrames pleurais transudativos (com poucas proteínas), as causas mais comuns incluem:

  • Falência do coração, gerando acúmulo de líquido (insuficiência cardíaca)
  • Cirrose hepática
  • Embolia pulmonar
  • Pós-operatório de cirurgia cardíaca aberta

Já os derrames pleurais exsudativos (com muitas proteínas) costumam ser causados por:

O derrame pleural pode ter algumas causas menos comuns, como:

  • Tuberculose
  • Sangramento em razão de um trauma no tórax
  • Quilotórax, um acúmulo de linfa (líquido que circula nos vasos linfáticos) na pleura devido a trauma
  • Síndrome de hiperestimulação ovariana, uma complicação decorrente do estímulo do ovário com hormônios indutores de ovulação
  • Síndrome de Meigs, em razão de um tumor benigno no ovário

Derrames pleurais também podem ser causados por cirurgia abdominal, radioterapia e alguns medicamentos. A condição pode ocorrer ainda com diversos tipos de câncer, como de pulmão, mama e o linfoma. Em determinados casos, o próprio líquido pode ser cancerígeno (derrame pleural maligno) ou pode ser resultado direto da quimioterapia.

Em crianças, a causa mais comum de derrame pleural é pneumonia bacteriana, recebendo o nome de derrame pleural parapneumônico.

Quais os sintomas do derrame pleural?

Os sintomas do derrame pleural dependem muito do volume de líquido acumulado na pleura e da doença que levou ao derrame.

O derrame pleural não apresenta sintomas em alguns pacientes e a condição acaba sendo descoberta em um exame de raio-x do tórax realizado por outra razão. A pessoa pode apresentar sinais não relacionados resultados da condição ou doença causadora do derrame.

Alguns dos sintomas de derrame pleural incluem:

  • Tosse seca
  • Dor no peito
  • Respiração difícil ou falta de ar, também chamada de dispneia
  • Dificuldade respiratória somente se a pessoa estiver em pé ou sentada de forma ereta (condição chamada de ortopneia)

A gravidade vai depender do que causou o derrame pleural, caso haja impactos na respiração e se a condição pode ser tratada de maneira eficaz. As causas de derrame que podem ser controladas incluem pneumonia, infecção por vírus ou insuficiência cardíaca.

Quais os fatores de risco?

Os fatores de risco estão relacionados ao aparecimento de alguns sintomas da doença que leva ao derrame pleural e podem incluir:

  • Fumar e abusar do consumo de bebidas alcoólicas, pois isso pode causar doenças pulmonares, cardíacas e hepáticas
  • Histórico de qualquer contato com amianto

Leia também: Tabagismo: você sabia que fumar causa mais de 50 doenças?

Quais os tratamentos para o derrame pleural?

A melhor maneira é tratar a causa do derrame. Se for causado por pneumonia, por exemplo, o médico provavelmente prescreverá antibióticos para tratar a infecção, o que também pode fazer com que o líquido desapareça.

Para grandes derrames, ou quando a causa é desconhecida, o líquido precisa ser drenado por meio de um procedimento chamado toracocentese, que envolve em inserir uma agulha no espaço entre o pulmão e a parede torácica.

Nesses casos, o médico também pode enviar uma amostra do fluído para testar outras causas, como câncer de pulmão.

Alguns pacientes podem necessitar de um dreno pleural inserido através da pele para que o acúmulo de líquido possa ser drenado continuamente, sem a necessidade de repetidas toracocenteses.

Derrames pleurais que não conseguem ser controlados por drenagem ou outros métodos podem precisar de tratamento cirúrgico.

Existem dois tipos de cirurgias:

Cirurgia toracoscópica videoassistida

Procedimento pouco invasivo, que é feito por meio de pequenos cortes no tórax e é eficaz para tratar derrames pleurais difíceis de drenar ou mais frequentes devido a um câncer.

Pode ser inserido um antibiótico durante a cirurgia para evitar que o acúmulo de líquido volte a ocorrer.

Toracotomia

Chamada também de cirurgia torácica tradicional, a toracotomia é realizada por meio de um corte no tórax. Esse procedimento é recomendado para derrames em que há infecção presente.

É realizado para a remoção de todo o tecido fibroso e auxilia na eliminação da infecção do espaço pleural. Após a cirurgia, o paciente precisará de tubos no tórax por até duas semanas para continuar drenando o fluido.

Quais as complicações?

O derrame pleural pode ter algumas complicações, como:

  • Danos pulmonares
  • Ar na cavidade do tórax (pneumotórax) após o derrame ser drenado
  • Abscesso devido a uma infecção, chamado de empiema
  • Espessamento pleural (cicatrização do revestimento do pulmão)

Não confunda derrame pleural com AVC

A palavra "derrame" de forma isolada também é utilizada no dia a dia para se referir a uma síndrome neurológica de perda de força, fala e sensibilidade, que muitas vezes é a expressão clínica de um acidente vascular cerebral (AVC) ou outra condição neurológica.

É importante reforçar que apesar da palavra ser a mesma, não existe nenhuma relação entre o derrame pleural e o outro "derrame".

Neste outro artigo do portal Vale Saúde, explicamos melhor o que é um AVC).

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