O que é stevia: conheça a opção natural entre os adoçantes

Uma alternativa natural ao açúcar

Quase todo mundo sabe que para manter uma dieta saudável é preciso evitar o açúcar branco e, por consequência, os pratos que tenham o ingrediente em sua composição. No entanto, a mera substituição do alimento refinado por um adoçante artificial não é tão simples.

Esses produtos são industrializados como qualquer outros e contêm conservantes e outras substâncias que podem ser prejudiciais ao organismo. A alimentação mais natural possível é sempre a forma recomendada por profissionais de saúde para uma rotina de prevenção de doenças. Além disso, também é importante cuidar a quantidade consumida desses adoçantes, até para quem tem diabetes.

Em termos ideais, os especialistas orientam a tentar não adoçar as refeições, mas acostumar o paladar com o próprio sabor dos alimentos e bebidas. Dessa forma, os pacientes vão diminuindo gradativamente o consumo de açúcar e dos adoçantes.

No entanto, para quem não consegue fazer essa redução efetiva e já está acostumado a utilizar os substitutos do sabor doce, a indicação é optar pelos produtos naturais, de origem vegetal, como stevia, sucralose ou álcoois de açúcar (os chamados polióis, como xilitol, eritritol e sorbitol). Mesmo assim, essas alternativas também devem ser ingeridas com moderação. Na dúvida, é sempre bom ter o acompanhamento de uma nutricionista.

Neste artigo, vamos conhecer melhor a stevia, extraída de uma planta, como alternativa ao açúcar refinado, e saber dos seus benefícios para a saúde. Boa leitura!

O que é stevia e para o que serve?

A stevia é um adoçante natural não calórico feito com a planta Stevia rebaudiana bertoni, um arbusto herbáceo presente no norte do Paraguai e no Brasil. A substância é utilizada como substituta do açúcar refinado em sucos, chás, cafés, refrigerantes, gelatinas e outros produtos industrializados. Como as suas propriedades se mantêm estáveis em altas temperaturas, também é uma opção para a confecção de bolos, biscoitos e outros doces que vão ao forno ou ao fogão.

O adoçante é feito a partir do glicosídeo de esteviol, chamado rebaudiosídeo A, considerado seguro pela FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora dos Estados Unidos. Ele pode ser encontrado na forma de pó, granulado ou líquido e ser comprado em supermercados ou lojas de produtos naturais.

Também é possível cultivar a planta e utilizar suas folhas para adoçar. No entanto, esse uso ainda não foi regulamentado pela FDA devido à falta de pesquisas com evidências científicas comprovadas.

Qual a origem e história da stevia?

Apesar de ter se popularizado recentemente, a stevia é comercializada no Japão e no Brasil há mais de 30 anos. Ela só ficou famosa em 2017, quando a maior marca de refrigerantes de cola do mundo começou a produzir a bebida explorando a origem vegetal do adoçante, inclusive com rótulos e embalagens verdes.

Em 1900, o químico paraguaio Ovídio Rebaudi isolou o composto adocicado da Stevia rebaudiana bertoni, cuja espécie levou seu nome e do naturalista e botânico suíço Moisés Santiago Bertoni. Os indígenas guaranis nativos da região da fronteira entre o Mato Grosso do Sul, no Brasil, e o país vizinho, já faziam uso das folhas desses arbustos.

Setenta anos depois, a planta chamada de “erva-doce” dos povos nativos da América do Sul foi pesquisada por cientistas japoneses que, após estudos toxicológicos, começaram a extração comercial. No Brasil, a utilização da stevia como edulcorante em alimentos foi autorizada pela Anvisa em 1987. E, em 1995, o FDA (Food and Drug Administration) liberou a importação da stevia como suplemento alimentar.

Qual a diferença entre açúcar e stevia?

A stevia consegue substituir o açúcar comum (feito de sacarose), pois apresenta um grande poder adoçante, mesmo sendo uma substância completamente natural e orgânica. Além de ter a capacidade de adoçar de 200 a 300 vezes mais que o açúcar, a stevia ainda traz uma série de benefícios para a saúde.

Os povos indígenas Guarani já utilizavam as folhas da planta, antes do contato com o homem europeu, devido às suas propriedades medicinais: ação hipoglicêmica (controlar glicose do sangue), diurética (estimular o funcionamento dos rins, aumentando a quantidade de urina a ser eliminada pelo corpo), estimulante e digestiva.

Por que o adoçante de stevia é o melhor?

Os glicosídeos de esteviol não são metabolizados nem digeridos pelo nosso organismo. Desse modo, não obtemos nenhuma caloria consumindo esse adoçante.

As folhas da stevia ainda apresentam ainda uma série de nutrientes, como sais minerais (cálcio, flúor, ferro, fósforo, zinco e manganês) e vitaminas (vitamina A, vitamina C e do Complexo B), que são essenciais para o bom funcionamento do corpo.

Em comparação com os adoçantes artificiais, como ciclamato de sódio, sacarina e aspartame, a stevia demonstra as seguintes vantagens:

• Favorece a perda de peso, já que possui zero caloria
• Auxilia o controle e redução dos níveis de açúcar no sangue, beneficiando pessoas diabéticas
• Ajuda a regular o apetite e a reduzir a fome, podendo ser benéfico para pessoas com excesso de peso
• Melhora a saúde bucal, prevenindo gengivites e cáries
• Ajuda a aumentar o colesterol HDL, diminuindo o risco de problemas cardiovasculares
• Reduz a pressão arterial, pois é diurética e relaxa os vasos sanguíneos
• Ajuda na digestão, prevenindo dores de estômago, inchaço abdominal e gases
• Pode ser utilizada na comida cozida ou assada no forno, já que se mantém estável em temperaturas até 200ºC
• E também resiste a baixas temperaturas

Para obter os seus benefícios, é recomendado consumir cerca de 7,9 a 25 mg/ kg por dia.

Quem não pode usar stevia?

A substância não tem contraindicações até o momento. O consumo da stevia é considerado seguro, diferentemente dos adoçantes industrializados em que foram identificados alguns efeitos secundários. No entanto, é importante que seja ingerida com moderação e na dose recomendada.

O adoçante de stevia pode ser usado por pessoas diabéticas, mulheres grávidas ou crianças, porque não tem efeitos colaterais, nem causa alergia. A substância também protege os dentes e não causa cáries.

Diabéticos só devem fazer uso com o conhecimento do seu médico. Se consumido de forma exagerada, pode ser preciso alterar a dose da insulina ou do hipoglicemiante (medicamento para diminuir a quantidade de açúcar no sangue) que o paciente estiver utilizando, para evitar que a taxa de glicose diminua demais.

No caso de diabéticos, hipertensos ou pacientes renais, crianças e mulheres grávidas ou lactantes, o ideal é que o uso tenha orientação do endocrinologista, cardiologista, nefrologista, pediatra, obstetra ou nutricionista. Alguns estudos sugerem que a stevia crua poderia causar hipotensão ou interagir com os medicamentos para a diabetes.

Como sempre: a chave para os bons hábitos é o equilíbrio! Em caso de dúvidas, procure ajuda especializada de um profissional da saúde.

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