Hanseníase
Doença infecciosa é contagiosa e atinge a pele e os nervos, causando manchas, dormência e formigamento
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A hanseníase é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também chamada de bacilo de Hansen. A condição afeta a pele, os olhos, o nariz e a garganta, provocando o aparecimento de manchas e nódulos. Ainda é capaz de atacar os nervos periféricos, resultando em perca de força muscular e falta de sensibilidade tátil.
Apesar de ser contagiosa, a contaminação pela hanseníase ocorre apenas após longa exposição a uma pessoa doente, geralmente quando há convivência próxima (na mesma casa, por exemplo). Entretanto, se o indivíduo estiver realizando o tratamento adequado, ele deixa de ser transmissível.
Antigamente, os portadores de hanseníase sofriam sérios preconceitos devido as complicações da enfermidade. Por exemplo, quando o quadro é muito grave e prejudica os nervos de maneira irreversível, é necessário fazer amputações, o que acabou gerando um grande estigma e discriminações diversas aos pacientes.
Por conta disso, a doença, que antes era conhecida como lepra, mudou de nome em 1995, conforme a Lei nº 9010, que tem como objetivo ressignificar a condição. “Lepra” é uma denominação ligada a uma enfermidade sem cura, altamente transmissível, que obrigava os portadores a ficarem reclusos, em total isolamento. Por outro lado, atualmente, a infecção é tratável e pode ser curada com o acompanhamento correto, o que incentivou a alteração do termo “lepra” para “hanseníase”.
Mesmo assim, é importante ter atenção, pois a incidência da infecção continua muito alta no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, os estados brasileiros registram cerca de 30 mil casos de hanseníase por ano, fazendo com que o país ocupe a 2ª posição do mundo em novas ocorrências registradas.
Quais são os principais sintomas?
Os sinais mais frequentes de hanseníase incluem:
- Manchas, que podem ser brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas
- Caroços (nódulos), que surgem especialmente nas mãos e orelhas, e em algumas situações são dolorosos e avermelhados
- Áreas do corpo com perda de sensibilidade térmica (calor e frio), tátil (dificuldade em sentir toques) ou dolorosa (incapacidade em sentir dor no local atingido)
- Comprometimento de nervos periféricos, ocasionando alterações motoras (como perda de força muscular), sensitivas e de autonomia
- Diminuição de pelos e suor nas áreas contaminadas
- Sensação de formigamento e fisgadas, que acometem principalmente as mãos e os pés
- Inchaço nas mãos e nos pés
- Sangramentos nasais recorrentes
- Dor nas juntas
- Febre
- Feridas ou úlceras nos membros
- Olhos ressecados
Quais são os tipos de hanseníase?
Existem quatro tipos de hanseníase, que são classificados de acordo com as contagens de bacilo no organismo e ao estágio do quadro do paciente.
Os tipos de hanseníase paucibaliar (com poucos ou nenhum bacilo detectado nos exames) são:
Hanseníase indeterminada
É a fase inicial da doença, caracterizada por até 5 manchas na pele, que possuem contornos mal definidos. Ainda não há comprometimento dos nervos.
Hanseníase tuberculoide
Conforme a condição avança, a contagem de manchas continua igual (até 5), mas elas se tornam mais definidas, e há comprometimento de um nervo.
Já as classes de hanseníase multibacilar (quando há vários bacilos nos testes) são as seguintes:
Hanseníase borderline ou dimorfa
Nessa fase, o paciente já apresenta mais de 5 manchas e placas bem definidas ou não. Dois ou mais nervos são afetados.
Hanseníase virchowiana
É a forma mais disseminada e há dificuldade em distinguir a pele normal da danificada pelas manchas. Nesses casos, as lesões podem atingir o nariz, os rins e os órgãos reprodutivos masculinos, além do surgimento de nódulos doloridos na pele.
Como ocorre a transmissão da hanseníase?
A transmissão da bactéria Mycobacterium leprae ocorre por meio da liberação de secreções (saliva, muco, lágrimas) de uma pessoa contaminada. No entanto, ter contato com a hanseníase não significa, necessariamente, desenvolver a doença.
Isso acontece porque, para ficar doente, é necessário ter convívio prolongado com um portador, ou seja, morar na mesma casa ou ter algum tipo de contato íntimo. Dessa forma, todos que convivem com o paciente precisam ser examinados o quanto antes.
Indivíduos que possuem os tipos multibacilar têm uma grande quantidade de bactérias em suas secreções nasais, o que facilita o contágio por meio de espirros, tosses e fala.
Não se contrai hanseníase por meio de abraços, toques e beijos, ou compartilhamento de objetos pessoais, incluindo talheres, pratos, toalhas e roupas de cama. Além disso, quando o tratamento adequado passa a ser administrado, a transmissão se torna mais difícil.
O tempo de incubação da infecção é muito longo, já que a bactéria tende a se desenvolver lentamente no organismo. Geralmente, a condição leva de 2 a 7 anos para começar a manifestar sinais, mas há casos em que os sintomas surgem em menos de 24 meses ou após uma década.
Quais são os fatores de risco da doença?
Conforme estudo realizado pela Fiocruz, os fatores socioeconômicos aumentam as chances de contaminação por hanseníase no Brasil.
Condições precárias de saneamento básico, aglomeração de pessoas em uma mesma residência, morar em casas construídas com taipas e madeira, e não ter acesso à energia elétrica são considerados fatores de risco para o desenvolvimento da infecção.
Além disso, indivíduos em situação de pobreza (que não têm renda ou recebem abaixo de R$ 250,00) apresentam 40% mais chance de ter hanseníase do que pessoas que ganham acima de um salário mínimo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hanseníase deve ser feito por um médico dermatologista, clínico geral ou infectologista. Para detectar a doença, o especialista precisa realizar um exame físico dermatológico e neurológico para identificar manchas e nódulos, e alterações sensitivas, motoras e/ou autonômicas.
Como o tempo de incubação é alto, o diagnóstico em crianças é um alerta para infecções ativas no núcleo familiar. Dessa forma, todas as pessoas devem ser examinadas de maneira criteriosa.
Se houver qualquer tipo de suspeita, é importante que o paciente seja submetido a exames laboratoriais, como a baciloscopia de esfregaço, que consiste na coleta de material de lesões visíveis ou em áreas que possuem alteração de sensibilidade, a fim de constatar o diagnóstico.
Outro exame recomendado é o PCR, utilizado para verificar o DNA da bactéria em amostras de tecido.
Hanseníase tem cura? Como é feito o tratamento?
Atualmente, com o tratamento correto, a hanseníase tem, sim, cura. Quanto mais cedo a condição for detectada, mais rápido e fácil será o processo. Por isso, é essencial estar atento aos sinais.
O tratamento é chamado de poliquimioterapia, composto por dois ou três medicamentos, entre antibióticos e antibactericidas, que devem ser administrados via oral.
O ciclo de tratamento é longo. Em casos de hanseníase paucibacilar, é necessário tomar os medicamentos por até 6 meses. Nos quadros mais graves (multibacilar), a duração é de até 12 meses. O paciente não deve interromper a medicação, mesmo se houver melhora nos sintomas. Siga sempre a orientação dos médicos.
Embora os remédios consigam curar e impedir a transmissão da infecção, eles são incapazes de reverter os danos causados previamente. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para impedir lesões permanentes e garantir mais qualidade de vida.
Após a primeira dose das medicações, a pessoa deixa de transmitir a bactéria e já pode conviver tranquilamente em sociedade, sem qualquer tipo de risco.
Quais são as complicações causadas pela hanseníase?
As complicações da hanseníase incluem:
- Cegueira
- Dificuldade para segurar objetos, muitas vezes permanente
- Paralisia das mãos e dos pés
- Encurtamento dos dedos, causado por lesões nos nervos
- Úlceras crônicas na sola dos pés
- Inchaço no nariz e nas orelhas
- Perda de sobrancelhas
- Amputações de membros, como braços, mãos, pés e dedos
Como prevenir a doença?
Não existe uma maneira específica para prevenir a hanseníase. Entretanto, para evitar a contaminação, é necessário:
- Fortalecer o sistema imunológico, praticando exercícios físicos todos os dias e mantendo uma alimentação saudável
- Adotar boas práticas de higiene, lavando principalmente as mãos com frequência ao longo do dia
- Interromper a transmissão da doença, buscando apoio médico para um diagnóstico precoce
Não há, também, uma vacina própria para a hanseníase. Porém, a vacina BCG, aplicada logo após o nascimento para prevenir tuberculose, é capaz de reduzir o risco da infecção.
Isso acontece porque os causadores de ambas as enfermidades são semelhantes. Desse modo, pessoas que tiveram contato com doentes podem receber a recomendação para tomar o imunizante BCG.
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