Queloide
Marca elevada e grossa na pele surge devido à cicatrização anormal de feridas
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60%Queloide é um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele. É uma alteração benigna, portanto sem risco para a saúde, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos.
O queloide afeta os dois sexos igualmente, embora exista uma maior incidência em mulheres. Indivíduos com pigmentação mais escura, pessoas negras e pessoas asiáticas são mais propensos a desenvolver queloides. A frequência de queloides em pessoas com pele mais pigmentada é 15 vezes maior do que em pessoas com pele menos pigmentada.
A idade média de seu início gira entre 10 e 30 anos. As pessoas em extrema idade raramente desenvolvem queloides.
Os queloides ocorrem em 5% a 15% das feridas cirúrgicas e, apesar de benignos, tendem a retornar mesmo depois de serem removidos por cirurgia.
Se uma pessoa tem tendência a formar queloides, qualquer lesão que possa causar cicatriz é capaz de levar à sua formação. Isso inclui um simples corte, uma cirurgia, uma queimadura ou até mesmo cicatrizes de acne severa.
Algumas pessoas desenvolvem um queloide depois de furar a orelha para colocar brincos e piercings ou mesmo apenas no trauma da tatuagem. Um queloide também consegue se formar em feridas de catapora após a doença ter passado.
Em casos muito raros, os queloides se formam em pessoas que não feriram a pele. São chamados de “queloides espontâneos”.
Os locais mais envolvidos são as áreas do tórax, do colo, do pescoço anterior, dos ombros, dos braços e das orelhas, mas outras partes m ser afetadas.
Quais são os tipos de queloide?
Existem diferentes tipos de queloide, classificados principalmente de acordo com a forma, localização, tempo de desenvolvimento e características clínicas. Embora todos tenham em comum o crescimento anormal do tecido cicatricial, alguns se comportam de maneira diferente.
Confira os principais tipos de queloide:
- Queloide clássico (ou verdadeiro): cresce além das bordas da ferida original, não regride espontaneamente, pode surgir semanas ou meses após o trauma. Comum em regiões como ombros, tórax, orelhas e parte superior das costas.
- Queloide menor (incipiente ou imaturo): é pequeno e capaz de ser confundido com uma cicatriz hipertrófica. Se não tratado, consegue evoluir para um queloide maior.
- Queloide nodular: único ou múltiplo, com aparência arredondada, apresenta nódulos duros, elevados e bem definidos.
- Queloide plano: menos elevado, mais espalhado e achatado, porém ainda fora dos limites da ferida original. Muitas vezes, é visto após acne ou queimaduras leves.
- Queloide gigante: atinge grandes áreas, especialmente após cirurgias grandes ou queimaduras extensas. Tem a capacidade de causar limitação de movimento, dor e impacto psicológico.
Quais são os sintomas de queloide?
Na condição do queloide, é como se uma cicatrização não soubesse quando parar de produzir novo tecido. Eles não devem ser confundidos com cicatrizes hipertróficas, pois essas são muito mais comuns e, apesar de elevadas e endurecidas, elas mantêm os limites da lesão e tendem a melhorar mais rápido com o tratamento adequado.
Alguns casos apresentam:
- Queixas de dor
- Coceira leve
- Sensação de queimação ao redor da cicatriz
- Limitação do movimento ou dor na movimentação (dependendo do local afetado)
Um queloide que cobre uma área extensa ou se localiza em áreas expostas é capaz de causar grande desconforto físico e psicológico, sendo este último um dos grandes desafios ao tratamento, já que a lesão nem sempre responde rapidamente à terapia.
O que causa queloide?
O queloide é causado por uma produção exagerada de colágeno em resposta a uma ferida, inflamação ou traumas na pele, resultando em fibrose e cicatriz anormal.
Tudo pode virar queloide em quem tem predisposição genética. A faixa etária de maior incidência vai de 10 a 30 anos. Embora as razões não sejam conhecidas, a frequência de queloides é 15 vezes maior em pessoas com pele pigmentada, embora asiáticos também tenham predisposição.
O histórico familiar deve ser observado, uma vez que a hereditariedade é um dos componentes que contribuem para a sua ocorrência. Além disso, quem teve queloide corre mais risco de desenvolver outras lesões similares.
Alguns fatores conseguem aumentar o risco de desenvolvimento de queloide:
- Histórico familiar de queloide
- Ter pele mais escura ou negra
- Cirurgias, cortes ou abrasões na pele
- Acne grave
- Colocar piercings ou brincos ou fazer tatuagens
- Feridas de catapora
- Queimaduras
Além disso, outras situações que são capazes de causar inflamação na pele, como aplicação de injeções ou picadas de inseto, contribuem para o desenvolvimento de queloide em pessoas com predisposição.
Como é o diagnóstico de queloide?
O diagnóstico do queloide é clínico, sendo feito pelo médico dermatologista ou clínico geral através da avaliação das características da cicatriz na pele, como lesão com alto relevo e que se estende além do local da ferida ou trauma inicial.
Essa avaliação das características é importante para descartar outras condições que têm sintomas semelhantes, como cicatriz hipertrófica ou dermatofibrosarcoma protuberante (tumor cutâneo raro, com baixo grau de malignidade).
Caso o médico suspeite se tratar de um câncer, pode ser realizada uma biópsia da pele.
Queloide tem cura? Qual é o tratamento?
O queloide não tem uma cura definitiva, mas existem tratamentos eficazes que ajudam a reduzir o tamanho, melhorar a aparência e aliviar os sintomas (como coceira ou dor). A escolha dependerá do tamanho, localização e gravidade do queloide, além do histórico do paciente.
Confira os procedimentos mais comuns:
- Injeções de corticoides (como triancinolona): reduzem a inflamação e o volume do queloide. Costuma ser o tratamento de primeira linha.
- Cirurgia para remoção do queloide: pode ser eficaz, mas há alto risco de o queloide voltar maior se não for combinado com outros tratamentos (como corticoides ou radioterapia).
- Radioterapia pós-cirúrgica: usada após a retirada do queloide para prevenir a recidiva, requer acompanhamento especializado.
- Terapias com laser: geralmente usadas como complemento, melhoram a textura e a cor.
- Silicone em gel ou placas: utilizado por semanas ou meses, ajuda a achatar e suavizar o queloide.
- Crioterapia (congelamento com nitrogênio líquido): útil para queloides menores, pode ser combinada com outras terapias.
- Tratamentos tópicos (como imiquimode ou 5-fluorouracil): menos comuns, mas eficazes em alguns casos.
Como é a prevenção de novos queloides?
Como os queloides não têm tratamento seguramente eficaz, é importante considerar o histórico pessoal e familiar do paciente na prevenção e formação do queloide. Antes de um procedimento cirúrgico, também é fundamental que o médico tenha conhecimento do histórico de cicatrização anormal ou história familiar de formação de cicatrizes queloides do paciente.
Em situações nas quais a cirurgia não pode ser evitada, todas as tentativas para minimizar a tensão da pele e a infecção secundária são válidas. Quando possível, a terapia de radiação pré-operatória para a ferida é uma forma útil de prevenção. Além disso, o uso precoce de curativos à base de silicone ajuda na prevenção.
Prevenir o surgimento de novas lesões é fundamental para quem já tem predisposição. É importante lembrar que pequenos traumas conseguem ocasionar queloides, por isso, em pacientes propensos, quanto mais rápido elas forem tratadas, menor o risco de se formarem novas lesões.
Quando for percebida uma irritação ao redor de um furo da orelha, por exemplo, deve-se remover o brinco e procurar um dermatologista que fará recomendações de pomadas cicatrizantes. Isso vale também para piercings, feridas de pele ou machucados.
Quem tem essa predisposição deve evitar ainda tatuagens ou cirurgias desnecessárias.
Embora não seja possível eliminar totalmente o risco, há várias estratégias eficazes para reduzir bastante as chances de que um novo queloide se forme:
- Evitar agressões à pele
- Não fazer piercings, tatuagens ou cortes desnecessários (inclusive em locais onde você já teve queloides)
- Evitar acne severa ou espinhas manipuladas
- Ter cuidado com cirurgias eletivas (avisar sempre o cirurgião sobre sua tendência)
- Utilizar placas ou gel de silicone sobre a cicatriz (ajudam a prevenir o crescimento exagerado)
- Usar protetor solar (FPS 30 ou mais), pois a exposição solar é capaz de escurecer e inflamar cicatrizes, favorecendo o queloide
- Manter a área hidratada e limpa para reduzir o risco de infecção e irritação
Para quem tem histórico, se for obrigado a fazer uma cirurgia (por exemplo, cesariana ou retirada de cisto), deve-se falar com o médico sobre:
- Injeções de corticoide na cicatriz (logo após a cirurgia e em sessões de acompanhamento)
- Radioterapia superficial (em casos graves e específicos)
- Pressoterapia (uso de curativos compressivos ou malhas de compressão)
Ter um plano personalizado com um dermatologista é a melhor forma de controle. Às vezes, queloides iniciais são tratados precocemente e evita-se que cresçam.
Referências bibliográficas:
Sociedade Brasileira de Dermatologia -Queloide
Biblioteca Virtual em Saúde -Queloide
Manual MSD -Queloides
National Librtary of Medicine -Keloid
Mayo Clinic -Keloid scar
Cleveland Clinic -Keloid Scar
American Academy of Dermatology Association -Keloid scars: Overview
DermNet -Keloid and hypertrophic scar
Medline Plus -Keloids
British Association of Dermatologists -Keloids
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