O que é terapia ocupacional infantil?
22 de maio de 2025
Abordagem busca ajudar crianças a desenvolver habilidades e autonomia.

Você já parou para pensar o que é terapia ocupacional infantil? Esse tipo de abordagem é fundamental para o desenvolvimento saudável de crianças que enfrentam dificuldades em diversas áreas do cotidiano, por motivos variados.
Ela tem como objetivo promover a autonomia e a qualidade de vida durante a infância , auxiliando o paciente no desempenho de suas atividades diárias, escolares e sociais.
Com intervenções personalizadas, a terapia ocupacional contribui para o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social, respeitando o ritmo e as necessidades de cada criança.
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre 2019 e 2023 houve um aumento de 349% no total de sessões com terapeutas ocupacionais para a faixa etária de 0 a 15 anos.
Neste conteúdo, vamos explicar o que é terapia ocupacional infantil, como ela é feita, para quem é indicada e quais são os seus benefícios, que justificam um crescimento tão grande em poucos anos. Confira!
O que é terapia ocupacional infantil e quais são os seus objetivos?
A terapia ocupacional infantil é uma especialidade da saúde que busca ajudar crianças a desenvolver ou recuperar habilidades necessárias para suas atividades diárias, como brincar, se alimentar, se vestir, escrever e interagir com outras pessoas.
Os objetivos principais envolvem a promoção da independência, o estímulo ao desenvolvimento sensorial e motor e a inclusão social e escolar da criança.
Para isso, o terapeuta ocupacional avalia o paciente com cuidado, para entender quais habilidades precisam ser trabalhadas, considerando também limitações e interesses. Dessa forma, as sessões são personalizadas para cada criança, com atividades, técnicas e abordagens individuais.
Condições e necessidades que podem ser tratadas
A terapia ocupacional infantil é recomendada para crianças que apresentam dificuldades em realizar atividades do dia a dia, devido a desafios físicos, emocionais, cognitivos ou sociais.
Por isso, é utilizada em diversas situações, como:
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Ajuda a desenvolver habilidades sociais, comunicação, autonomia e regulação sensorial. As atividades são adaptadas para melhorar a interação com o ambiente e reduzir comportamentos desafiadores, promovendo mais independência
Paralisia cerebral
Trabalha a coordenação motora fina e grossa, estimula a mobilidade e adapta atividades para as limitações físicas da criança. O objetivo é facilitar a participação em tarefas diárias, proporcionando qualidade de vida e inclusão social
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
Auxilia na melhora da organização, do foco, do autocontrole e da autorregulação emocional. Técnicas são usadas para desenvolver rotinas e estratégias que favorecem o desempenho escolar e o convívio social
Atrasos no desenvolvimento
Estimula áreas como linguagem, motricidade, cognição e habilidades sociais. Nesses casos, intervenções precoces são fundamentais para reduzir defasagens e facilitar o progresso da criança nas etapas do desenvolvimento
Dificuldades de coordenação motora (dispraxia)
Contribui para a melhora do controle motor, equilíbrio, escrita e realização de tarefas do dia a dia, como se vestir ou manusear objetos
Deficiências físicas ou intelectuais
A terapia é adaptada às capacidades de cada criança, com foco no desenvolvimento da independência e funcionalidade. Pode incluir o uso de tecnologias assistivas (TA) e orientações para adaptação do ambiente doméstico e escolar
Distúrbios sensoriais (como hipersensibilidade ou hipossensibilidade)
Trabalha a integração sensorial para ajudar a criança a processar e responder de forma adequada aos estímulos do ambiente. Isso reduz reações extremas e melhora a atenção, o comportamento e o bem-estar
Traumas físicos ou emocionais
A terapia auxilia na recuperação de habilidades afetadas, oferecendo um ambiente seguro para reconstrução da autoestima, expressão emocional e retomada das atividades rotineiras com confiança e segurança
O papel do terapeuta ocupacional: avaliação inicial e planos de tratamento
O terapeuta ocupacional exerce um papel essencial no acompanhamento do desenvolvimento infantil. Sua atuação começa com uma avaliação minuciosa, que observa aspectos motores, cognitivos, sensoriais, emocionais e sociais da criança.
Essa análise utiliza instrumentos padronizados e observações clínicas, permitindo identificar atrasos, dificuldades ou disfunções que interferem na autonomia e na qualidade de vida da criança.
Com base nos resultados dessa avaliação, o terapeuta ocupacional elabora um plano terapêutico individualizado, com objetivos claros, metas realistas e estratégias práticas, sempre respeitando o ritmo e as potencialidades de cada criança.
O tratamento é dinâmico e adaptado conforme a evolução clínica, sendo constantemente revisado para garantir eficácia e bons resultados.
De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a intervenção precoce, preferencialmente nos primeiros anos de vida, é decisiva para ampliar as chances de desenvolvimento funcional e inclusão da criança nos diferentes contextos sociais.
Técnicas e atividades utilizadas na terapia ocupacional infantil
As técnicas utilizadas na terapia ocupacional infantil são cuidadosamente planejadas para serem lúdicas, atrativas e compatíveis com a faixa etária e o nível de desenvolvimento de cada criança.
Isso porque, na , o brincar não é apenas uma forma de diversão, mas também é o principal meio de aprendizagem, expressão e interação com o mundo. Por meio de jogos simbólicos, de brincadeiras estruturadas e de atividades funcionais, o terapeuta ocupacional trabalha diversas habilidades de forma natural e envolvente.
Entre as principais estratégias estão:
- Jogos motores, que estimulam o equilíbrio, a coordenação fina e grossa, o planejamento motor e a consciência corporal
- Atividades sensoriais, que ajudam a regular a resposta da criança a estímulos táteis, auditivos, visuais e proprioceptivos
- Tarefas do cotidiano (como se vestir, escovar os dentes, amarrar o cadarço, organizar o material escolar ou alimentar-se), que são treinadas de forma prática e adaptada às necessidades individuais
Também são utilizados brinquedos terapêuticos e materiais específicos, como pranchas sensoriais, bolas terapêuticas, texturas variadas, encaixes, argilas e massinhas, que despertam a curiosidade e incentivam a criança a explorar seus limites com segurança.
Além disso, o terapeuta trabalha rotinas e organização do tempo, oferecendo suporte para que a criança aprenda a lidar com transições, regras e responsabilidades.
Todo o ambiente terapêutico é planejado para ser acolhedor, seguro e motivador, promovendo a autonomia e a autoestima da criança. A proposta é que ela se sinta confortável para experimentar, errar, tentar novamente e progredir, sempre com o suporte profissional adequado.
Dessa forma, a terapia ocupacional infantil não apenas estimula o desenvolvimento de habilidades, mas também fortalece a confiança e o bem-estar da criança em sua trajetória de crescimento.
Como apoiar a terapia em casa? A importância da família na melhora da criança
A participação ativa da família é um dos pilares fundamentais para o sucesso da terapia ocupacional infantil.
Mais do que acompanhar as sessões, pais e cuidadores desempenham um papel essencial na continuidade do tratamento no ambiente familiar, reforçando em casa as estratégias e orientações propostas pelo terapeuta.
Quando a criança encontra em casa um espaço que estimula sua independência, valoriza suas conquistas e respeita seus limites, os avanços terapêuticos tendem a ser mais consistentes e duradouros.
Por isso, é indicado que pais e responsáveis estabeleçam uma rotina estruturada com horários definidos, tarefas adequadas à idade e momentos de interação familiar. Tudo isso contribui significativamente para o desenvolvimento da autonomia e da autorregulação da criança.
Além disso, promover oportunidades para que ela participe das atividades do dia a dia (como guardar brinquedos, escolher a roupa e ajudar no preparo de uma refeição) fortalece a autoestima, senso de responsabilidade e habilidades funcionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
NHS – What is occupational therapy?
Cleveland Clinic – Pediatric Occupational Therapy
Sensory Solutions Therapy – 5 Signs Your Child May Need Pediatric Occupational Therapy
University of Utah – Does My Child Need Occupational Therapy?
Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS analisa atendimentos a crianças e adolescentes nos últimos cinco anos

Escrito por Vale Saúde
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