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Síndrome de Fournier

Infecção na área genital é grave e pode ser fatal se diagnóstico e tratamento forem tardios

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O que é a síndrome de Fournier?

A síndrome de Fournier, também chamada de gangrena, é uma infecção de tecidos moles (pele, tecido subcutâneo, fáscias e músculos) da região do períneo, entre a parte de baixo da vulva e o ânus, nas mulheres, ou entre o saco escrotal e o ânus, nos homens. Essa é uma doença considerada grave, pois causa intensa inflamação e rápida necrose (degeneração das células ou tecidos) e destruição desses tecidos.

Por causa de sua intensidade, o problema altera o funcionamento do organismo como um todo, tendo repercussão nos sistemas cardiovascular, respiratório e renal, em uma condição conhecida como sepse (infecção generalizada).

Nos homens, a doença pode atingir o escroto, o pênis e o períneo e, nas mulheres, causa gangrena na vulva, virilha e região anal.

Sem tratamento, o problema pode se estender para a parte superior da coxa, glúteos e região abdominal, podendo levar à morte.

Por isso, ao ser identificada, a síndrome de Fournier, o início do tratamento deve ocorrer quanto antes para evitar a proliferação das bactérias.

Qual é a causa da síndrome de Fournier?

Segundo especialistas, a doença é causada por bactérias que se desenvolvem na região do períneo a partir de algum ponto de entrada e podem ser ampliadas por problemas de saúde crônicos da pessoa infectada.

Na síndrome de Fournier, bactérias proliferam em grande quantidade no organismo, o que causa intensa inflamação e acaba destruindo as células desses tecidos. As principais bactérias causadoras do problema são a Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Streptococcus sp, Enterococcus e Pseudomonas spp.

Fatores de risco da síndrome de Fournier

Os principais fatores de risco são:

  • Trauma penetrante na região
  • Lacerações ou contusões
  • Lesões de pele prévias (picadas de insetos, infecções de pele como herpes ou varicela, uso de drogas injetáveis na região perineal)
  • Cirurgia recentes no períneo
  • Doenças como hemorroidas e fissuras anais
  • Doenças que modificam a resposta imunológica, como câncer, diabetes, cirrose, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
  • Obesidade mórbida
  • Alcoolismo
  • Falta de higiene íntima
  • Trombose

    Quais os sintomas da síndrome de Fournier?

    Na síndrome de Fournier, os sintomas se assemelham aos da gangrena. As manifestações mais frequentes relatadas pelos pacientes são:

  • Dor intensa no local
  • Eritema (manchas vermelhas na região íntima)
  • Edema
  • Inchaço da região pélvica
  • Febre que pode ultrapassar os 38ºC
  • Cansaço excessivo
  • Mau cheiro na área afetada
  • Secreção
  • Calafrios

Vale lembrar que as manifestações cutâneas dessa doença são apenas parte de um problema maior, pois a infecção progride rápida e agressivamente. Portanto, na síndrome de Fournier, as complicações merecem muita atenção e um tratamento imediato.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da síndrome de Fournier pode ser feito por urologistas, ginecologistas, infectologistas, cirurgiões ou clínicos gerais.

O diagnóstico deve ser precoce para garantir o sucesso do tratamento. Exames clínicos laboratoriais e exames de imagem, como ressonância, ultrassom, radiografia e tomografia computadorizada, podem ser solicitados.

Porém, a confirmação do diagnóstico depende da exploração do problema, em que além da confirmação diagnóstica, também será possível realizar o tratamento.

A síndrome de Fournier tem cura?

Sim, ela tem cura e depende da associação entre a abordagem cirúrgica precoce e efetiva associada ao uso de antibióticos por tempo considerável.

Na maioria dos casos, o paciente necessitará de um período de suporte na unidade de terapia intensiva. Muitas vezes são necessárias mais de uma cirurgia para completar o tratamento.

É importante lembrar que quanto mais rápido for o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de cura.

Síndrome de Fournier tem tratamento?

Cirurgia

Em geral, é indicada a realização de cirurgias para retirada dos tecidos infectados em um processo chamado de debridamento, que visa remoção de todo o tecido com necrose até o controle completo da infecção e do processo de necrose.

Uma parte fundamental do tratamento é a análise do tecido retirado para identificação do microorganismo causador da infecção.

Após a cirurgia, é preciso ter cuidados com a ferida e estar sempre atento ao processo de cicatrização, seguindo todas as recomendações de cuidados indicados pelo médico no pós-cirúrgico.

Pacientes que tiveram síndrome de Fournier eventualmente podem perder grandes áreas do corpo. Por isso, uma cirurgia de reconstrução íntima com enxertos pode ser necessária depois que a doença estiver controlada.

Cuidados pós-operatórios

Existem protocolos de cuidados das feridas que devem ser rigorosamente seguidos sob a orientação de profissionais de saúde.

Terapia a vácuo

O uso de terapia a vácuo como parte do processo de cuidado das feridas também tem ganhado espaço no tratamento da doença, pois acelera a cicatrização e possibilita o fechamento da ferida em menor tempo.

Câmara hiperbárica

Existe ainda a possibilidade do uso de câmara hiperbárica, ou oxigenoterapia hiperbárica. Esse tratamento pode ser eficaz em casos selecionados, contribuindo com a melhora das condições de recuperação dos tecidos do corpo do paciente, aumentando a capacidade de cicatrização e minimizando os riscos de agravamento da doença.

Antibioticoterapia

A antibioticoterapia é um tratamento com o propósito de curar a doença infecciosa ou de combater o agente infeccioso.

Ele é feito pela administração de antimicrobianos, produtos capazes de destruir microrganismos ou de suprimir sua multiplicação, ou crescimento.

Como prevenir a síndrome de Fournier?

Por se tratar de uma infecção grave, a melhor maneira de prevenir a doença é evitar os fatores de risco. Além disso, em caso de lesões na região perineal que estejam causando febre ou grande inchaço, deve ser buscada a avaliação médica imediata.

Tal urgência é especialmente importante nos casos de síndrome de Fournier em diabéticos.

Outras medidas devem ser levadas em consideração para controlar as condições que propiciam essa infecção, são:

  • Manter uma alimentação saudável e balanceada
  • Evitar consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar
  • Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas
  • Manter um controle adequado de doenças crônicas que podem facilitar o aparecimento da síndrome de Fournier (como diabete, cirrose, entre outras).

    A síndrome de Fournier é uma doença contagiosa?

    A síndrome de Fournier não é contagiosa. É uma doença causada por microrganismos que vivem naturalmente na região genital e por fatores relacionados a comorbidades e predisposições individuais.

    Qual é o médico recomendado para tratar a síndrome de Fournier?

    O diagnóstico e tratamento devem ser feitos por urologistas ou ginecologistas experientes. No decorrer do tratamento, o paciente ainda pode precisar do acompanhamento de um cirurgião e de um infectologista.

E aqui na Vale Saúde, você encontra profissionais capacitados para um tratamento adequado.

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