Gastroenterite

O que é a gastroenterite?

A gastroenterite é uma inflamação que ataca o revestimento do estômago e os intestinos delgado e grosso. Geralmente, a infecção se dá pela ingestão de alimentos e/ou água contaminada, mas também pode acontecer após ter contato com uma pessoa que está com a doença.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) e a UNICEF (Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância) estimam mais de 2 bilhões de casos de gastroenterite por ano em todo o mundo. Em países subdesenvolvidos, é a principal causa de morte em crianças com menos de 5 anos.

Por ano, cerca de 1,9 milhões de crianças menores de 5 anos morrem por conta de diarreia aguda. Ou seja, 18% das crianças nessa faixa etária morrem de gastroenterite, o que resulta em mais de 5 mil mortes por dia. A falta de acesso a água potável e saneamento básico é a principal causa da doença em países em desenvolvimento.

Países mais pobres também apresentam uma alta contaminação de gastroenterite em portadores do vírus HIV: é estimado que 95% dos pacientes com Aids já tenham sido afetados pela infecção.

Vírus, bactérias e parasitas: os causadores da gastroenterite

A gastroenterite pode ser causada por vírus, bactérias e parasitas.

Os vírus são os principais causadores da doença, sendo que o rotavírus é o mais comum em bebês de 3 até 15 meses de idade. Outros vírus são o norovírus, que infecta crianças mais velhas e adultos, o astrovírus, que infecta pessoas de todas as idades e o adenovírus, que também atinge crianças.

A gastroenterite causada por vírus tende a desaparecer sozinha entre 3 a 4 dias após a contaminação, com necessidade apenas do paciente seguir uma dieta leve e com bastante líquidos.

As bactérias, embora infectem menos que os vírus, podem gerar um caso mais grave de gastroenterite, com necessidade de prescrição de antibióticos em alguns casos e de um tempo maior de repouso. Esses microrganismos causam inflamação no estômago e no intestino de várias formas, e atingem pessoas de todas as idades.

Já os parasitas podem invadir o estômago ou intestino por meio da ingestão ou do contato interpessoal com água contaminada, geralmente em esgotos. Os mais comuns são a Giardia lamblia, a Entamoeba coli e a Ascaris lumbricoides. Eles se aderem à mucosa desses órgãos causando vômito, diarreia e náuseas.

Quais são os principais sintomas da doença?

Os sintomas podem ser menos ou mais intensos de acordo com o tipo de gastroenterite desenvolvida. Mas, no geral, o paciente apresenta:

• Diarreia intensa e repentina;
• Mal-estar;
• Dor de barriga;
• Náuseas;
• Vômitos;
• Febre baixa;
• Dor de cabeça;
• Perda de apetite.

Esses sintomas podem aparecer em minutos ou até um dia após exposição a infecção.

Como é feito o tratamento?

Como já foi explicado acima, geralmente os sintomas da doença (se causados por vírus ou parasitas) melhoram sozinhos apenas com repouso, comidas leves (como canjas e sopas) e muito líquido (água, água de coco, soro caseiro) para recuperar a desidratação causada pelos vômitos e pela diarreia constante.

É importante também evitar frituras e alimentos que possuem muitas fibras, como mamão, pão e sementes, pois eles podem estimular ainda mais o intestino que já está sensibilizado.

No caso da gastroenterite por bactérias, pode ser necessário tomar antibióticos e medicamentos para interromper os vômitos e a diarreia. Entretanto, esses remédios só podem ser administrados por um clínico geral ou por um gastroenterologista, se eles enxergarem necessidade.

Como se prevenir?

Para se prevenir da infecção, é essencial lavar bem alimentos como frutas, legumes e verduras antes de ingeri-los, lavar as mãos com água e sabão depois de usar o banheiro e antes de cozinhar, evitar comer carnes mal cozidas e peixes crus e não ingerir água não filtrada.

Pessoas com baixa imunidade (portadores de HIV, pacientes de câncer e quem possui doenças autoimunes), idosos e crianças devem redobrar os cuidados, pois têm mais chances de contrair a doença.

No caso de crianças e bebês, que sofrem com a infecção por rotavírus, é recomendado realizar a vacinação contra esse vírus, que pode ser feita já durante o primeiro ano de vida.