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Síndrome de Guillain-Barré

Doença autoimune ataca as células nervosas, causando fraqueza muscular, perda de movimentos e dificuldade para respirar

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O que é a síndrome de Guillain-Barré?

Caracterizada como uma doença autoimune, a síndrome de Guillain-Barré acontece quando o próprio sistema imunológico do paciente começa a atacar as células do sistema nervoso, levando à inflamação dos nervos próximos à medula espinhal.

A doença acontece geralmente por conta de uma infecção, como a causada pelo Zika vírus. Outras infeções também estão associadas à síndrome de Guillain-Barré, como:

  • Campylobacter jejuni
  • Citomegalovírus
  • Vírus Epstein-Barr
  • Vírus Varicella-zoster
  • Vírus Influenza
  • HIV
  • Dengue
  • Chikungunya
  • Sarampo
  • Hepatites A, B e C, entre outras

Estudos apontam que a principal causa do ataque autoimune após essas infecções está no mimetismo molecular, condição em que esses vírus e/ou bactérias em específico possuem partículas proteicas semelhantes às do nosso próprio organismo. Dessa forma, quando o corpo cria anticorpos, ele destrói não somente os vírus e as bactérias, mas também as células nervosas.

A síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara e grave, que causa fraqueza, alterações na pressão arterial, perda de sensibilidade e até paralisia muscular. Também pode ser fatal, já que é capaz de prejudicar os músculos respiratórios.

Quais são os principais sintomas?

  • Fraqueza muscular, que pode começar nas pernas e posteriormente atingir os braços, face e boca, prejudicando movimentos básicos como fala e mastigação
  • Formigamento, perda de sensibilidade e de reflexo nas pernas e nos braços
  • Problemas para respirar e engolir, que acontecem pela paralisia dos músculos digestivos e respiratórios
  • Dor nas pernas (muitas vezes câimbras), no quadril e nas costas
  • Movimentos descoordenados, que levam a quedas frequentes
  • Dificuldade para abrir e fechar os olhos
  • Alteração na pressão, que pode se tornar alta ou baixa
  • Coração acelerado
  • Dificuldade em controlar a urina e as fezes
  • Ansiedade e medo constante
  • Tontura e vertigem

Os sintomas conseguem evoluir rapidamente e piorar entre 24 e 72 horas. Em menos de 3 dias, em casos graves, a pessoa pode se encontrar totalmente paralisada. Em casos mais brandos, o paciente apresenta apenas fraqueza muscular, que não evolui para paralisia.

Se os músculos respiratórios forem atingidos, é importante que a pessoa seja ligada a aparelhos que ajudem a respirar para evitar que ocorra asfixia, levando à morte.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré pode ser complicado nos sintomas iniciais, já que eles são semelhantes a diversas outras doenças neurológicas.

O neurologista irá realizar um exame físico completo e solicitar exames clínicos complementares, que incluem punção lombar, ressonância magnética e eletroneuromiografia.

É de extrema importância que o paciente procure um hospital quando começar a sentir os primeiros sintomas da doença, visto que a evolução é rápida e a condição pode se agravar em poucos dias.

Pessoas que possuem a síndrome devem ficar internadas para ter um acompanhamento médico de perto, evitando a morte por asfixia em caso de paralisia dos músculos respiratórios, por exemplo.

Como é feito o tratamento para a síndrome de Guillain-Barré?

A síndrome de Guillain-Barré não possui cura, mas geralmente o paciente recebe alta após 4 semanas de tratamento. Com o tratamento correto e o acompanhamento médico necessário, a maioria das pessoas sobrevivem.

A recuperação total dos movimentos, entretanto, vai depender de vários fatores e pode demorar meses ou anos. Grande parte dos pacientes consegue voltar a andar entre 6 a 12 meses de tratamento, mas alguns podem levar mais de 3 anos para se recuperar.

Os principais tratamentos utilizados são:

  • Plasmaférese terapêutica: o sangue é filtrado para remover o excesso de anticorpos que estão atacando o sistema nervoso e causando a doença. Depois de filtrado, o sangue é devolvido ao organismo, que é estimulado a desenvolver novos anticorpos, desta vez, saudáveis.
  • Injeção de imunoglobulina: nesse tratamento, é feita a injeção de anticorpos saudáveis diretamente na veia do paciente. Os novos anticorpos atuam contra os anticorpos que estão causando os sintomas da doença.
  • Fisioterapia: a fisioterapia é essencial para que os pacientes recuperem os movimentos musculares, digestivos e respiratórios. Geralmente, é recomendado que a pessoa inicie a fisioterapia após a alta médica e que continue realizando sessões por até pelo menos um ano, ou até que os movimentos sejam recuperados.

Nos casos mais graves da doença, é possível que o paciente precise de um respirador para evitar asfixia. Tubos alimentares também podem ser utilizados para evitar que a pessoa engasgue. Para melhorar as dores, são prescritos anti-inflamatórios e narcóticos (medicamentos opioides).

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