Miocardite
Causada geralmente por uma infecção viral, um caso grave pode gerar insuficiência, alterar a frequência cardíaca e até morte súbita
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60%O que é a miocardite?
A miocardite é a inflamação do músculo chamado miocárdio, que envolve todas as suas cavidades, os átrios e os ventrículos e é responsável pela contração do coração. O não funcionamento adequado do músculo cardíaco dificulta a chegada de sangue aos demais órgãos. Essa doença prejudica o bombeamento sanguíneo e pode causar arritmias (alteração nos batimentos) e insuficiência cardíaca.
Os quadros leves podem não apresentar manifestações ou ser confundidos com infecções virais, e o paciente se recupera rapidamente. A miocardite normalmente é consequência de um quadro viral (como tem acontecido após o paciente ter Covid-19).
Como é o diagnóstico da miocardite?
O diagnóstico inicial é feito com a avaliação do quadro clínico do paciente, do histórico de gripe ou de vacinação e a verificação da ocorrência de determinados sintomas. Depois, o médico pode solicitar exame de imagem como raio-X do tórax, eletrocardiograma ou ecocardiograma, para descobrir se há alguma alteração na estrutura do coração.
A ressonância magnética costuma ser realizada caso o ecocardiograma não mostre nada, e o cardiologista deseje uma confirmação com mais nitidez nos resultados.
Em casos raros, pode ser necessária a biópsia do miocárdio. Porém, este exame é muito invasivo, feito por meio de cateterismo cardíaco, e por isso não é realizado como rotina.
Quais são os sintomas da miocardite?
Nos casos mais graves, como nos de infecção bacteriana, alguns dos sintomas para miocardite são:
- Dores no peito
- Dores de cabeça, no corpo ou articulações
- Sensação de aperto no peito
- Inchaço nas pernas e nos pés
- Dificuldade para respirar, mesmo em repouso
- Arritmias (mudanças na frequência dos batimentos cardíacos)
- Sensação de falta de ar
- Tonturas
- Cansaço excessivo
- Eventualmente, pode ocorrer febre, dor de garganta, enjoo ou diarreia
Nas crianças, podem surgir ainda outros sintomas, como aumento da febre, respiração rápida e desmaio. Nestes casos, é recomendado consultar imediatamente um pediatra para avaliar o problema e iniciar o tratamento adequado.
Como a miocardite surge durante uma infecção no organismo, os sinais podem ser difíceis de identificar e, por isso, é recomendado ir no hospital quando os sintomas duram mais de 3 dias, para prevenção de arritmia e da insuficiência cardíaca.
Quais podem ser as causas da miocardite?
A doença pode ter muitas causas, entre elas infecções virais (gripe, mononucleose, Covid-19, catapora, sarampo, herpes, hepatite B ou C, HIV, dengue, febre amarela e Chikungunya, toxinas e medicamentos (quimioterapia, imunoterapia e certos antibióticos) que afetam o coração e por distúrbios sistêmicos (de doenças autoimunes como lúpus e sarcoidose).
Porém, muitos dos casos possuem fatores desencadeantes desconhecidos. Entre os mapeados, podem ser origem da miocardite ainda: infecções bacterianas (difteria, tuberculose ou doença de Lyme), infecções fúngicas (aspergilose), doenças parasitárias (toxoplasmose e doença de Chagas ou toxoplasmose), doença vascular do colágeno e polimiosite ou abuso de drogas e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Como tratar a doença?
A miocardite tem cura e, na maioria dos casos, desaparece quando a infecção é tratada. O tratamento depende do que causou a doença e da sua gravidade.
Casos leves não precisam ser tratados e costumam se curar com o tempo e acompanhamento médico de rotina. Especialistas recomendam um ano de acompanhamento do coração após um quadro infeccioso viral.
Casos mais severos da doença podem precisar de:
- Remédios para tratar os sintomas, como analgésicos e remédios para arritmia
- Medicamentos antibióticos, antifúngicos ou antivirais para a infecção causadora
- Repouso
- Internação hospitalar
- Implante de desfibrilador, se necessário
Se a inflamação estiver dificultando o funcionamento do coração, o cardiologista pode indicar o uso de medicações como:
- Remédios para pressão alta, como captopril, ramipril ou losartana: relaxam os vasos sanguíneos e facilitam a circulação de sangue, reduzindo sintomas como dor no peito e falta de ar
- Beta-bloqueadores, como metoprolol ou bisoprolol: ajudam a fortalecer o coração, controlando o batimento irregular
- Diuréticos, como furosemida: eliminam o excesso de líquidos do corpo, diminuindo o inchaço nas pernas e facilitando a respiração
Já em quadros com complicações clínicas, em que a miocardite causa muitas alterações no coração, pode ser necessário ficar no hospital para fazer medicação diretamente na veia ou colocar aparelhos, semelhantes ao marca-passo, que ajudam o órgão a trabalhar.
Em alguns casos muito raros, em que a inflamação do coração coloca a vida em risco, pode até ser necessário fazer um transplante de coração de emergência.
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